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sábado, 3 de setembro de 2016

A presença de Deus na MPB: outra vez Raul Seixas

A letra se define por si mesma. Fala um pouco de culpa, de vergonha e, no fundo, fala até do pecado original, da nossa consciência diante do Eterno, da onisciência de Deus em nossa vida.
Apesar de ter aquele sarcasmo típico do Raul, que beira à ironia pura, a canção tem sim um toque divino: revela um pouco a presença de Deus na criação/infância do eu poético (pode ser ou não ser o próprio Raul, mas isso não vem ao caso, ele cantou, defendeu a ideia da canção). Até o fato de "estranhar" a visão que tinha, ao chamá-la de "paranoia"...

  • O primeiro artigo que fizemos sobre a presença de Deus nas letras de canções de Raul Seixas está aqui

A história de Raul, como está mais do que clara nas suas biografias e documentários, foi permeada pelo que hoje se poderia chamar de estilo "vida louca". Mas considero que não dá para negar que ele - ou o letrista/poeta que vivia dentro daquela pessoa - de vez  em quando transparecia alguma coisa que até se poderia chamar de religiosa. Às vezes isso resvalava para o lado do Divino - Deus ou Jesus Cristo (algumas vezes até com sarcasmo exacerbado, como por exemplo ao ridicularizar a figura de Jesus Cristo em "Al Capone"), às vezes para o lado do Diabólico...

Quando esqueço a hora de dormir
E de repente chega o amanhecer
Sinto a culpa que eu não sei de que
Pergunto o que que eu fiz?
Meu coração não diz e eu...
Eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Se eu vejo um papel qualquer no chão
Tremo, corro e apanho pra esconder
Com medo de ter sido uma anotação que eu fiz
Que não se possa ler
E eu gosto de escrever, mas...
Mas eu sinto medo!
Eu sinto medo!

Tinha tanto medo de sair da cama à noite pro banheiro
Medo de saber que não estava ali sozinho porque sempre...
Sempre... sempre...
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu estava com Deus!
Eu tava sempre com Deus!

Minha mãe me disse há tempo atrás
Onde você for Deus vai atrás
Deus vê sempre tudo que cê faz
Mas eu não via Deus
Achava assombração, mas...
Mas eu tinha medo!
Eu tinha medo!

Vacilava sempre a ficar nu lá no chuveiro, com vergonha
Com vergonha de saber que tinha alguém ali comigo
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro
Vendo fazer tudo que se faz dentro dum banheiro

Para...nóia

Dedico esta canção:
Paranóia!
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)
Com amor e com medo (com amor e com medo)

Com amor e com medo


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A presença de Deus na MPB: Lupicínio Rodrigues

Este é Lupicínio Rodrigues, que compôs um samba memorável, cuja letra mistura o sentimento de um coração partido pelo amor à amada que não é correspondido, aliado ao questionamento sobre a razão para Deus ter enviado Cristo à terra. Se Cristo veio para semear o amor, por que o eu lírico tanto padece por aquele amor não correspondido, e ainda permite - Deus - que ele sirva de riso para a humanidade.

Vale à pena ouvir este samba, dê um play no vídeo a seguir e leia a letra: 

E aí eu comecei a cometer a loucura
Era um verdadeiro inferno, uma tortura
O que eu sofria por aquele amor

Milhões de diabinhos martelando
O meu pobre coração que agonizando
Já não podia mais de tanta dor

E aí eu comecei a cantar um verso triste
O mesmo verso que até hoje existe
Na boca triste de algum sofredor

Como é que tem alguém
Que ainda tem coragem de dizer
Que os meus versos não contêm mensagem
São palavras frias, sem nenhum valor

Ó, Deus, será que o Senhor não está vendo isto!?
Então, por que é que o Senhor mandou Cristo
Aqui na Terra para semear o Amor?
Se quando se tem alguém que ama de verdade
Serve de riso para a Humanidade
É um covarde, um fraco, um sonhador?

Se é que hoje tudo está tão diferente
Por que é que não deixa eu mostrar a esta gente
Que ainda existe o verdadeiro Amor?

Faça ela voltar de novo para o meu lado
Eu me sujeito a ser sacrificado
Salve o seu mundo com a minha dor

sábado, 28 de maio de 2016

Propostas para a igreja pentecostal

Digo com absoluta falta de soberba que me parece haver algumas coisas erradas na igreja pentecostal. Se Deus permitisse ou se eu pudesse, acabaria com algumas dessas coisas, como por exemplo:

1. Não existe uma hora e meia de cantoria e meia hora de Palavra! Tem que ser justamente o contrário!

2. Pregar não é começar e terminar falando em línguas e fazendo revelações. Acho que é justamente outra coisa e esse resto viria naturalmente.

3. Culto não é espetáculo! A igreja deveria proibir uso de celular e programar um cinegrafista ou fotógrafo voluntário. Depois distribuía esses arquivos para quem quisesse. Nunca vi Deus mandando isto: "ide, meu servo, filmai tudo e postai no Facebook!"

4. Culto deveria começar com Palavra e terminar com cantoria. Quem sabe só aí essa "cantoria" se transformasse em Louvor?

5. Pregador devia parar de mandar sentar/levantar, botar a mão no ombro do outro, sacudir o outro, bater palmas, dizer "Glória a Deus", etc. Pregador não é animador nem "forçador de barra"! Essas manifestações deveriam acontecer espontaneamente, pois do jeito que está, tudo parece uma grande falsidade, um grande simulacro!
6. Reclamamos (eu também faço parte disso) de que entramos na igreja e saímos do mesmo jeito, como se a igreja fosse um local para "receber". Que tal a gente começar a "dar". Igreja é, de fato, um lugar para dar o nosso melhor culto a Deus, ainda que seja no íntimo do nosso ser.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Não sou digno

Não sou digno de pisar nos púlpitos
Da forma como esperada
Não sou digno dos cerimoniais
Nem de cantar nesses lugares
Mas me considero filho de Deus.

Não sou digno para falar de oração
Da forma esperada por meus pares
Falo com Deus, pois não sou mudo
Deus me entende como sou
A igreja não entende,
Ela acha que é rebeldia.

Não sou digno para falar de jejum
Nem digno para o padrão dízimo.
Me considero um contribuinte da obra
Dou a mão a quem precisa
Valorizo e até invisto 
Na coragem missionária,
Acredito numa Igreja mais social,
Mas não me considero digno
Para levar a verdade a outros povos
Da forma como a esperada.


O restante do poema está no meu livro: Meu Canto de Raiva e Outros Poemas

sábado, 5 de dezembro de 2015

Como fazer cristianismo social na igreja - parte 5

O brasileiro médio diz que sobre "religião, política e futebol" ele não discute. Eu prefiro dizer de outra forma: como não me sinto entendido em assunto algum (especialista em coisa alguma) vou continuar exercendo o hábito de discutir sobre os assuntos que aparecerem, nem que seja para dizer minha frase clássica: "isso é complexo" (uma boa forma de fugir do assunto por pura ignorância de minha parte).

Considero melhor ouvir uma pessoa tida como "ignorante" falando de política, religião e futebol, do que ouvir um "entendido" se esquivando de quaisquer assuntos, por questão de fé, crença, religiosidade, apego às instituições religiosas, compromisso com ministros, ou qualquer motivo.
Discutindo com amigos sobre temas "complexos", percebo que justamente quando o assunto é religião  - e cristã - muitos fogem da conversa. Certamente, eu prefiro tomar isso como uma postura de "boa vizinhança". Não acredito que seja medo de expor a fé. Não quero acreditar nisso. Ou será que sou eu quem estou dando a cara para bater, revelando que minha fé cristã vive certos conflitos, diante de tanto burburinho teológico, histórico, arqueológico e político que se ouve?
Se é isso, eu não sei. O que dá para saber é que nesse tipo de igreja de que venho falando,  a máxima da religiosidade seria esta:
"Tiago: 1. 27. A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como sincera e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e, especialmente, não se deixar corromper pelas filosofias mundanas."
Ela precisará ser uma organização que faça tudo pelo social,  até o máximo do seu limite. Não iria pregar comunismo, socialismo, capitalismo, só iria procurar focar na multiplicação da filantropia,  sem se importar com a crença da pessoa ajudada.

domingo, 29 de novembro de 2015

Como fazer cristianismo social na igreja - parte 4

A experiência que tenho como membro de igreja evangélica é simples e pode ser descrita no coletivo: entramos para seguir a Jesus e aos princípios doutrinários daquela denominação, e geralmente nos acostumamos a ser crentes passivos.
Afinal de contas, existe em qualquer igreja uma cúpula geralmente liderada pelo pastor local, o qual está imediatamente subordinado ao pastor setorial, que por sua vez está sendo conduzido por um pastor maior e assim por diante. Acabamos nos conformando com o nosso papel de simples contribuintes da "obra de Deus", e não nos importa o que a denominação fará com aquele dinheiro. Meu Deus, e se as igrejas brasileiras fizerem como os políticos brasileiros? Se os "caciques" passarem a abrir contas no exterior, acumular capital e mais nada?
Eu teria certo receio de viver num país em que uma "lei da transparência" passasse a vigorar para as denominações religiosas. Acredito que muito do que fosse divulgado acabaria desviando muita gente. Mas muita coisa certamente seria sonegada...
Não quero criticar uma congregação, mas a maioria delas. Apesar de crente e um pouco visionário, sei que nada vai mudar no status quo que aí está. Mas sonho com pelo menos um dia em que as prestações de conta das igreja caminhassem passo a passo com pelo menos a fiscalização crítica.
Reconheço que determinados "trabalhadores" da obra de Deus deveriam ser remunerados. Já fui tesoureiro de igreja e começaria dizendo que o primeiro a ser remunerado (nem que fosse com uma ajuda de custo) seria o tesoureiro. Quantas não foram as vezes em que me via em apuros financeiros? Depois desse servo, viria pelo menos o pastor e o pastor auxiliar. Esses três servos, e alguns outros dentro da congregação, deveriam ter alguma forma de remuneração.
Não há mal em trabalhadores do evangelho serem beneficiados com alguma forma de remuneração. Pior coisa já se faz: pregadores que  cobram cachê e só vão a eventos de porte, cantores que cobram cachê e só cantam em eventos que gerem boa renda (por que não ir às igrejinhas?), pastores que têm sua igreja como empreendimento, cobranças de dízimos, super ofertas, super votos monetários, etc.
No próximo post, falarei de dízimos e ofertas.

Como fazer cristianismo social na igreja - parte 3

A Igreja Evangélica do Cristianismo Social teria que ser relativamente comunista, pelo menos ao máximo que ela pudesse. Sei que nem todos os membros terão carros do ano, casas super confortáveis, planos de saúde, até porque seríamos uma igreja, e não uma revolução mundial de reformulação do capitalismo.
Mas, enquanto dirigente, eu não tenho como aceitar irmãos morando en casas precárias, quando ali temos mãos de obra, materiais e mutirão para ser feito. Não daria para dar um carro a cada irmão (mas se desse, por que não?), mas o que nos impediria de mandar fazer a chaparia no velho carro de um membro que dependesse desse transporte?
Gente, o modelo político-social das igrejas contemporâneas prega amor ao próximo, mas as igrejas são incapazes de fazer alguma coisa por um esquizofrênico que passa anos e anos perambulando pelas ruas da comunidade. Os pastores vão dizer: "isso é um problema do serviço de saúde". Mas eu diria que pode até ser. No entanto, o esquizofrênico precisa comer, beber, tomar banho, trocar de roupa, ter algum lugar pra morar.
O que fazer com todos os doidos, mendigos, drogados que vivem nas ruas? Talvez, as igrejas sejam incapazes de resolver, talvez elas nem juntas consigam. Mas, porque elas nem tentam, na maioria das vezes?
Uma igreja tem despesas fixas: alguns pontos são alugados, faxineiros, obreiros e outros dirigentes até recebem ajuda de custo. Mas, depois de quitadas todas essas despesas, não sobra nada?
Duvido muito. Falta vontade para gastar o dinheiro de outras formas. Em outras vezes, falta criatividade.
Em outras vezes, o pastor local é tão "devoto" da liderança geral, que se sente sem autonomia para resolver problema algum, que não sejam aqueles de costume.

Como fazer cristianismo social na igreja - parte 2

Prosseguindo este projeto da nossa Igreja do Cristianismo Social,  eu não aceitarei permanecer dirigente se não conseguir deixar uma "marca" na sociedade. Não compreendo uma igreja que não consiga dar uma contrapartida social. Evangelização precisa andar junto com educação, saúde, bem estar e até mesmo segurança.
Como entender por que tanto ministério poderoso não deixa a sua marca onde chega? Eu nunca fui atendido no "Hospital público da Igreja Universal do Reino de Deus". Nunca vi em minha cidade natal, o filho de um crente ter feito o ensino fundamental inteiro no " Colégio Assembleano de Feira de Santana" (Será que em quase um século de Assembleia de Deus em Feira de Santana, as únicas realizações sociais foram o Desafio Jovem e o Orfanato Evangélico"? Por que ninguém nunca ouve falar de um empreendimento social de grande porte da Igreja Universal? Por que, em vez de catedrais ou templos de Salomão, não se constroem obras nas quais os fiéis digam: "meu dízimo está sendo bem empregado"?).
Por falar nisso, você que é crente hoje, já se perguntou se o seu dízimo está sendo bem empregado? Ou você é daqueles que só sabem dizer "amém" para todo relatório financeiro, no qual nunca teve voz ou voto para sugerir uma despesa? Ou você é daqueles que só dizem: "eu faço a minha parte para Deus, os homens de Deus vão dar conta de suas ações. Vou seguir contribuindo, porque esse dinheiro é bem empregado".
Sinto muito em lhe dizer, mas você deveria ser um crente mais político, a começar pela "política econômica" da sua própria igreja.
Você deveria ser um crente menos alienado. Certamente, deveria pelo menos imaginar que Deus não se contenta com todas as decisões políticas e financeiras tomadas pelos ministérios, à revelia dos crentes.
Este projeto continua...

Como fazer cristianismo social na igreja - parte 1

Não tenho condições, principalmente teológicas, para me tornar um dirigente de igreja, ou, como desgastadamente se diz, um pastor. Faltam-me os atributos necessários: vida de oração, jejum, dom da palavra falada, certa imparcialidade, autonomia em relação a esse monte de lideranças e outros.
Mas se um dia me sentisse preparado para erguer um templo, teria que ser diferente.
Eis um projeto de igreja, e não ficarei ofendido se qualquer pastor de rebanho atual me plagiasse (os senhores podem ficar despreocupados).
O nome da igreja seria alguma coisa como "Igreja Evangélica do Cristianismo Social", ou poderia ser outro que fosse mais fácil de memorizar, até mesmo um nome menos político ou menos redundante. Seria mantida da mesma forma como as outras são: exclusivamente por voluntários contribuintes.
Porém, não seriam igual ao sistema  que hoje existe. Em primeiro lugar, não cobraria dízimos, ficaria apenas com ofertas do valor que os irmãos se sentissem à vontade para dar.  Se o dirigente ou algum  algum obreiro viesse a ganhar algum tipo de salário, isso seria primeiramente levado ao Conselho Superior. Quem seriam os membros desse Conselho? Todos os membros da igreja, que fossem pelo menos batizados.
Esses membros teriam voz e voto, jamais serviriam apenas para dizer " amém" para as decisões de um pastor ditador (como geralmente acontece na minha atual congregação). Jamais seriam como os membros de seitas neo pentecostais, que sequer dizem amém: uma panelinha recolhe o dinheiro e dita o destino dele.
Sei que não ficaria imune às imperfeições, pois não existe uma igreja só no mundo que não tenha defeitos. Minha preocupação maior, enquanto dirigente, não era provar perfeição, mas provar ser possível ser uma igreja mais solidária do que os modelos que hoje existem.
A Igreja do Cristianismo Social teria que fazer ações de filantropia pelo menos uma vez por mês. Mas não mandando recursos para obras distantes (sei que elas precisam, reconheço), e sim gastando tempo e dinheiro na obra por ser feita no entorno da própria congregação. Somente depois disso, a gente iria pensar em expandir as políticas.
Continuarei a descrever este projeto na próxima postagem.

domingo, 19 de julho de 2015

Angústias religiosas

Este é mais um daqueles textos que poucos vão ler, por conta da nossa tendência moderna de não lermos mais nada que ultrapassa as 300 palavras. Mas eu estou pouco me importando se vou ser lido daqui a um mês, daqui a um dia, ou daqui a um século por alguma alma abnegada de tempo, para desfrutar de uma simples opinião escrita numa madrugada insone.

Na verdade, tem muito blogueiro hoje que já não escreve sem pensar no padrão "Google" de ganhar audiência (eu sei que dinheiro é importante, mas também é importante o não ter dinheiro, uma vez que dinheiro não é tudo). Estou dentro do Google, porque o Blogger é um "terreno" dele e deveria seguir a tendência. Mas já que me está sendo dada a palavra escrita, vou pedir licença para não pensar numa linha de SEO para blogar.

Não era para eu ter iniciado desse jeito um artigo que não tem nada a ver com blogar. Quero falar de religião ocidental de matriz chamada cristã (não sei se a expressão existe,  mas é que hoje é preciso ser politicamente correto até para falar de religião, já que ela também está dentro do relativismo...).

Não nego que nos últimos meses venho sentindo abalos em minhas convicções religiosas. Com isso, não pretendo dizer que quero me afastar de Deus, muito pelo contrário. É que quanto mais eu tento aprender o mínimo que seja do chamado cristianismo ou do chamado judaísmo, ou das divergências existentes nessa seara, mais me vejo como um ignorante.

Ultimamente, até a palavra pregada pelo pastor da minha denominação não vem me satisfazendo. Não pretendo ser mais um desigrejado, mas considero salutar beber em outras fontes, sempre que possível.  Por não me sentir mais plenamente satisfeito em meu "ministério" sinto a necessidade de optar por uma linha de conduta, ao mesmo tempo em que sinto vontade de mudar de opinião, apesar das pressões externas, muitas vezes movidas por dogmas que se querem ser imutáveis (será que os são mesmo?). 

É até difícil de explicar, por isso não quero embromar. Por exemplo, a questão do batismo da maneira pentecostal, que há nove anos vinha sendo convencido a acreditar que é o único válido. No fundo, nunca me senti convicto de que iria acontecer comigo. Já chorei, já senti Deus "falar" comigo de alguma forma em momentos diferentes da vida, mas nunca me senti capaz de exercer esse dom de falar "em glossolalia", como os pentecostais genuínos falam (ainda que de uma maneira diferente da que é retratada em Atos 2). Dessa forma, na doutrina pentecostal, eu nunca fui batizado.

A coisa do chip, das marcas de produtos ou de coisas como encontrar em todas as notícias do mundo uma mensagem subliminar de alguma forma de dominação ou arquitetacao ligada ao apocalipse. Sinceramente, há tempos que discursos nessa linha não são digeridos por mim.

A doutrina dos dízimos e ofertas, outro dilema. Por que tanto se diz que "negar para Deus" é ter uma espécie de amor ao dinheiro ou ser avarento ao máximo? Por que em vez deles dizerem que existe a obrigação do dízimo para Deus (como se fosse Deus que vai administrar as verbas), eles não são mais claros, tipo assim: "irmãos, precisamos pagar isso é aquilo, precisamos garantir o salário do nosso pastor, precisamos mandar dinheiro para um missionário na roça e quitar o Ipva do carro da igreja, por isso precisamos pedir aos irmãos que dêem"? Ou seja, até que ponto a escritura bíblica não está mesmo sendo usada para justificar a manutenção de um status quo de um certo "costume financeiro"? Não estou afirmando que dinheiro faz mal para uma igreja, não estou dizendo que o dinheiro é dispensável para alguns de nós. Não estou dizendo que todos são gananciosos. Mas por que as "obras de Deus" na terra não mudam essa forma de lidar com dinheiro?  Será que é preciso pedir dinheiro a cada culto? Por que igrejas como aquelas similares à Universal e tantas outras não desaceleram um pouco esse tipo de doutrina?

Reconhecer que toda organização religiosa precisa se sustentar com verbas em multirão e reconhecer que alguns líderes dessas organizações precisam de sustento são uma coisa, não nego que as organizações precisam de capitalização. Mas insistir na tônica de "é preciso dar a Deus o que é de Deus" da forma como basicamente se percebe hoje, eu considero uma anomalia da religiosidade que se diz ser cristã. Eu considero uma aberração. Para que uma igreja precisa "bater meta"? Isso é coisa de "obra de Deus" ou empreendimento comercial? Por que não se multiplicam pastores que fundem igrejas que só peçam o mínimo para sobreviver? Por que Edir Macedo, RR Soares, José Wellington ou qualquer outro líder de "grandes rebanhos" (nem queria citar nomes para não acharem ser perseguição) precisam se tornar modelos de homens "empreededores"? Da forma como se entende ser empreendimento hoje, os cristãos precisam é de anti modelos...

A questão do cristianismo: será que nós, homens, inventamos um cristianismo do qual Jesus se envergonharia se estivesse hoje, corporeamente em nosso mundo? Parece que há uma compreensão latente de que Jesus veio para "acabar" com o judaísmo, como se o judaísmo estivesse em falha e se a solução para a salvação fosse o chamado cristianismo, que nem foi Jesus quem inventou... (Oh, meu Deus, que essa inquietação não seja reputada como rebeldia!).

Ademais, por que se prega tanto uma fé de resultados neste país? Por que esses que pregam resultados, que dizem que resultados requerem algo como o "sacrifício de isaque", rechaçam aqueles que desenvolvem um culto racional, mas efusivo no tocante aos dons de línguas "estranhas", aos "mantos de poder", ao gritar, saltar pular na unção? E rechaçam o viver ascético do homem na terra, o viver sem a sanha de virar empresário,  mas se contentar em ser empregado?

As liturgias de cultos de matriz cristã: senta, levanta, repete, bate palmas, canta, dança, sapateia são tão valorizados para uns e tão abominados para outros.

As mudanças de igreja ou, sendo mais claro, a "rotatividade denominacional" (também não sei se a expressão já foi cunhada): tenho um amigo pastor que dizia sobre alguns daqueles que trocavam de placa denominacional: "se fulano mudou de igreja com a desculpa de que o Deus é o mesmo, isso não é bem verdade: mudou porque o Deus era diferente". Se me perguntassem o que eu acharia no tempo em que pensava assim, eu também consideraria um erro mudar de igreja. Hoje já me considero mais flexível a este respeito. Tanto que sou capaz de dizer (se fosse pastor): "Meu amigo, se está investigando os aspectos e sente no coração de avaliar uma outra placa denominacional, vá em frente, pegue sua carteira de membro ou sua carta e vá lá. Se quiser voltar e ficar conosco bom, mas se não, continuaremos bons amigos". Eu gostaria que os pastores mudassem de atitudes quanto ao "perder" ou "ganhar" ovelhas. Essa metáfora das ovelhas  do pastor é poética,  muitas vezes soa destoante demais, por isso precisamos aceitar os fatos. É como se membro fosse gado, que precisasse ser guiado pelo berrante ou pelo grito do dono ou do cuidador. Devemos ser ovelhas e respeitar o pastor,  mas até aí. Ovelha não pode significar passividade, aceitação de tudo, só porque foi o pastor que está direcionando. Não é uma questão de rebeldia. É uma questão de simples bom senso.

Este é o pequeno resumo de algumas agonias religiosas pelas quais tenho passado. Sei que são somente o princípio de um processo e que não tem nada a ver com revolução dos costumes. Não estou querendo fundar nada, nem transformar uma experiência pessoal em mote para interromper o caminho dos outros.  Que Deus abençoe a todos.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Daniel na cova dos leões – versão cristã homônima (Legião Urbana)

Aquele mundo amargo onde eu vivia
Ficou p’ra trás, lá num passado triste
De amargo então, salgado ficou velho
Assim é o renovo que há em Cristo

Fez casa no meu corpo,
E ainda leve, manso, fardo santo,
Por saber
Que tudo o que façamos, ainda é pouco

Jesus Cristo é meu segredo revelado
E desafio o instinto dissonante
Que a insegurança nos atrai botando medo
Só que o momento agora vale todo o instante

E o meu medo de ter medo de ter medo
Já não me atormenta como antes
Meu corpo é santo templo do Espírito
E eu sei que essa correnteza já tem direção...

Mas tão certo como 1+1 é sempre só dois
Eu estou pronto p’ro que venha
E o mal que atormenta este mundo aqui
Só vai durar por pouco tempo
Tem futuro não...

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Exercícios de psicologia matrimonial para a web




Está cada vez mais difícil ser casado no Facebook. Os tempos estão cada vez mais trabalhosos e pode ter certeza de que tudo tem a ver com isso, independente de nada. Analistas ainda vão defender teses sobre manutenção de relacionamentos em tempo de internet. Cada vez mais maridos e esposas, namorados e namoradas, noivos e noivas vão se debater sobre a difícil equação privacidade + casamento/namoro/noivado + fidelidade = DR (discussão de relação). Em busca da experiência e do didatismo listei essas dicas sobre o tema, que não são novidade para ninguém, mas de tanto funcionais, devem sempre ser lembradas. Valem tanto para o homem, quanto para a mulher.

1. Não faça aquilo que você não faria se estivesse acessando a internet ao lado de seu parceiro.

Se você pratica algum ato que já sabe que seu parceiro vai reprovar, por que continua praticando? O segredo é não ter segredos e acreditar sempre na ideia da fidelidade, por mais que muitos a julguem como coisa do passado. É melhor parar de fingir que a vida é sua, você é quem decide com quem manterá relações (isso se pretende levar a sério um relacionamento, porque essa opção já está banalizada).

2. Compartilhe senhas, entre com os dados do parceiro algumas vezes, desde que haja responsabilidade e cautela nas ações.

Das duas uma: ou seu parceiro vai permitir que você entre com os dados dele, sem frescuras, sem delongas, sem subterfúgios, ou vai lhe impor uma série de condições ou desculpas para negar, e então você já pode começar a abrir os olhos, em respeito à primeira dica. Não pode existir a desculpa da invasão de privacidade em um relacionamento, salvo para os agentes secretos de Estado ou gente do tipo, porque muitas vezes o seu parceiro vai entender - com razão - privacidade como sinônimo de safadeza e mau testemunho. A intenção aqui não é se tornar investigador de alguém, mas apenas de iniciar o jogo com regras claras.


Caixa Econômica Federal-TÉCNICO BANCÁRIO NOVO
Caixa Econômica Federal
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3. Nem sempre vale à pena aceitar toda solicitação de amizade ou de conversa que aparece à sua frente

Cuidado você, que tem um status de "relacionamento sério" e gosta de conversar bastante nos mensageiros, aceitar todo o tipo de amizade, principalmente se tais solicitações vierem do sexo oposto, mesmo amigo/amiga, colega, parente até. Cuidado você, pastor (a), pregador (a), cantor (a) evangélico, homem/mulher de alguma atribuição pública, comunitária, profissional (professores, por exemplo), estudantil, etc, etc, cuidado, porque por mais que a gente queira negar isso, quando alguma coisa nos desabona no meio virtual, em algum momento essa coisa vai nos desabonar no "meio ambiente"...

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Feliz post novo - sempre!




Encerrando a minha participação neste projeto ao longo do ano que se finda, desejo a todos os blogueiros um feliz post novo! Que mais que eu poderia desejar se estive meio que imerso neste universo? Graças a Deus não vai ser preciso fazer retrospectiva alguma nessa trajetória primeva de 100 publicações por aqui, porque estamos em um ambiente auto-explicativo e um mouse pode fazer muito mais do que nossos pequenos propósitos de síntese.
Quis escrever mais, não consegui. Quis interagir mais, não consegui. Quis ser o mais assíduo possível, isso eu consegui. Quis ser minimamente focado, isso eu consegui. Quis ser altamente independente dos outros, isso eu consegui. Quis fazer a diferença para mim mesmo, depois para os outros, se convier a cada um, isso eu também consegui. Não escrever com tanta intensidade assim não quer dizer que se está deixando seu trabalho em um plano secundário, mas apenas indicando que nem sempre suas vontades pessoais estão acima de suas obrigações sociais e profissionais. Escrever com a máxima independência possível não quer dizer que você deixe de fazer uso de sua veia antropofágica, no melhor sentido oswaldiano da expressão. Fazer a diferença para si mesmo, embora pareça egoísmo, significa apenas que a primeira pessoa com a qual você precisará se comprometer é você mesmo - isto sim é importante, para início de conversa.

Para mim, não é chegado o momento de felicitar a todos e desejar tudo aqui que ao longo do ano se deixou de desejar. Esse clima de Natal é apenas um clima, nada mais. Esse clima de "ano novo" para mim nunca exisitiu, pois gostaria que fêssemos mais comedidos nas comemorações e nunca deixei de entrar o ano com felicidade. Por exemplo, se for me lembrar do menino Jesus - e principalmente do homem e do Deus que é Jesus! - somente nos dias que antecedem ao 25 de dezembro eu estaria inundado de hipocrisia (para comigo mesmo, bem entendido). Lembrei Dele durante todos os dias do ano, seja tocado pelas Suas palavras, seja tocado pelo seu toque, seja conclamando e sendo conclamado a lembrar do Seu papel na minha/nossa vida. Se foi possível estar presente aqui e compartilhando as coisas que construímos socialmente foi somente pelas misericórdias de Deus/Jesus.
Procurei sempre ter um feliz post novo a cada debruçada. Trabalhei com algumas metas registradas e, acredito, que se as não tivesse elaborado, boa parte das boas intenções iriam por água abaixo. Já vi muito blog acabar assim - inclusive os meus. Essas metas extrapolaram o plano da blogosfera, e invadiram salutarmente outras esferas da vida.
Mas não foi só de blogosfera que estivemos falando ao longo deste ano, porque procurei ser o menos limitado possível ao espaço do blog/da blogagem/da metablogagem - porque, afinal de contas, independência não é tudo, mas é muita coisa.
Para encerrar, vou acabar com o simples que é maravilhosamente menos complexo (graças a Deus pela frase vazia!): feliz tudo para todos.







sábado, 3 de dezembro de 2011

Passeio pela blogosfera com a Voz do que Clama no Deserto



O "Voz do que Clama no Deserto" ou http://patriciasssouza.blogspot.com/ é um blog inteiramente dedicado a Jesus Cristo, escrito por Patrícia S. S. Souza, de Belo horizonte (MG). De cara, gostei da temática, porque sou um dos tais que não nega a fé que tem no mesmo Jesus Cristo de que Patrícia se refere. Por outro lado, gostei do formato do bom blogspot, que é mais um a integrar a crescente rede da Cia dos Blogueiros.


1. Conteúdo (Qual é o blog? Do que trata?)

O blog é o "Voz do que Clama no Deserto" cujo domínio é http://http://patriciasssouza.blogspot.com.
É basicamente um blog cristão, cristocêntrico mesmo, no melhor sentindo da palavra, independente de qual sigla congregacional à qual a autora esteja vinculada. Não encontrei uma mini biografia da blogueira, mas ela já diz algo sobre si mesma quando afirma que "o deserto é o meu lar/ Meu instrumento é a minha voz /O meu chamado é clamar /O arrependimento às nações/Uma fonte em meio ao deserto/ Produz o mel pra alimentar/ Meu anseio é gastar a minha vida /E o reino DELE anunciar/ Meu foco principal aqui é Jesus / meu amigo".

2. Tempo de existência

Está na ativa desde agosto de 2010, portanto, mais de um ano de boas realizações por ali.

3. Fluxo de postagens

A produção não é volumosa, profícua, mas ela tem comparecido no projeto em todos os meses do ano e isso é muito bom sinal.

4. Interface básica

Embora um blogspot, muito boa: caixa de pesquisas, Google Tradutor, Google Fried Conect logo no topo da página (como se o usuário fosse logo convidado a seguir para depois conhecer?), além de integração com o "Like" do Facebook e uma chamada criativa para que sigamos a autora no Twitter (um passarinho azul rola a página, enquanto navegamos nela). Tem três "chamadas" superiores (Halloween??, Naamã: Líder que sabia ouvir, Quebra, quebra), funcionando como uma espécie de reunião das três principais postagens. Já tem banner de divulgação também, conforme se percebe no início desta postagem. O sistema de comentários é clássico do Blogger, como o nosso, necessitando de aprovação do moderador (o autor do blog, geralmente). Destaque para a seção de "Parceiros" (entre os quais, o Dihitt, o LinkLog e o LinkNinja), com uma listagem até extensa de referências. Isso é altamente sugestivo quanto ao conhecimento da blogueira sobre outros blogs, inclusive sobre metablogagem. Afinal de contas, se já é prazeroso blogar, blogar com consciência de alguns aspectos inerentes à ferramenta é melhor ainda.


5. Monetização

Patrícia fez algumas inserções de publicidade, no estilo de banner componente misto do Adsense, em tamanho 300x250, um dos que adoto neste blog também. É basicamente monetização com o Adsense, não encontrei outros sistemas.

6. Potencial social

Amplo. Blogs religiosos, a meu ver, tem um amplo nicho. Está com 127 seguidores/curtidores do blog nas principais conexões, que são o Friend Conect e o Facebook. Não acessei o Twitter da autora, ainda.


7. Domínio


Ainda é um blogspot, mas isso não é relevante neste momento. O que precisa mesmo ser resolvido é a sincronia Nome do Blog/Endereço do Blog. Poderia ser pensado algo como http://vozdoqueclama.blogspot.com, ou outro nome disponível, na mesma linha de pensamento.


8. Conclusões breves
Blog novo e muito bom. Espero acompanhá-lo mais à frente, até porque Patrícia e eu temos interesses completamente coincidentes. Vida longa ao "Voz do que Clama..." e que ele permaneça firme até Jesus voltar"


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Você conhece o crente virtual? Parte III


Ou cinco pequenas notas conclusivas sobre este assunto

Nunca lutei contra os falsários. Não sou o paladino da moralidade, já disse isso aqui. Este blog não se prestará a isso. Trataremos de internet, blogosfera, gente de internet (gente que usa a internet, gente que está na internet, gente de tecnologia) e de outros aspectos que envolvam a profissionalização do blogueiro, sem necessariamente ter o mesmo foco dos demais colegas, que são muito bons no que andam fazendo.
Quando comentei sobre as espécies de crente virtual que via perambulando na rede nunca quis ser o blogueiro crentão, ou o blogueiro crentinho, muito menos o bloqueirinho “acima do bem e do mal”. Apenas quis, constitucionalmente amparado, demonstrar algumas opiniões por meio de fatos, como faz o jornalista, embora não seja. Por isso, buscando encerrar a franquia de postagens a este respeito, seguem as últimas palavras a respeito. Embora não sejam conclusivas, neste blog pretendem ser.
1. O crente virtual não se contenta em professar sua fé na internet, ele precisa fazer isso exclusivamente neste instrumento de comunicação, porque no resto da sua vida cristã essa profissão de fé não está em primeiro plano.
2. O crente virtual ainda não aprendeu a usar a internet para aumentar a sua fé, ntanto no conhecimento quanto na graça. Aprendeu a usar Orkut, Msn e Badoo, mas isto não é a mesma coisa.
3. O crente virtual está de parabéns, pois pelo menos dá muita audiência aos produtores de scraps animados com mensagens singelas.
4. O crente virtual do sexo feminino é uma coisa. O do sexo masculino, outra. Muitas vezes, uma coisa estarrecedoramente diferente…
5. Cuidado para que o próximo crente virtual não seja eu, nem seja você. Tudo vai depender da nossa vigilância e do nosso temor.