quarta-feira, 27 de maio de 2015

O WhatsApp é inimigo da concentração

Já desisti há muito tempo de querer acompanhar as mensagens dos meus grupos “preferidos” no WhatsApp. E olha que tenho poucos, muito poucos: um da família, outro de colegas do trabalho e, atualmente, mais um, sobre um tema que considerei interessante para mim, mas que já estou quase saindo fora, por não conseguir acompanhar a nuvem gigantesca de mensagens que chegam em uma velocidade que é para mim é maior que a da luz! Tenho recebido propostas para ingressar em pelo menos mais três grupos. Porém, acontece que cada vez mais venho me sentindo tentado a não cair nessa tentação. 
Como essa rede social é relativamente nova, tenho experiência de já ter tentado entrar em grupos de interesse por mais de uma vez. Tudo isso graças a uma outra praga do mundo moderno, inimiga da minha concentração, chamada Facebook. Uma vez, irritado com o uso excessivo que meus filhos faziam da rede de Zuckerberg, apelidei o dito cujo de “diabo disfarçado de azul”. 
Pois bem, é não é que esse diabo travestido de azul está se tornando um divulgador de “produtores de grupos” no diabinho travestido de verde (WhatsApp)? Essas pessoas conseguem rapidamente ver suas criações grupais viralizadas ao máximo, fruto da explosão de consumo dos smartphones e tablets que está acontecendo hoje - algo graças a Deus até democrático, pois não está mais tão vinculado ao nível socioeconômico das pessoas. Assim, só se vê aparecendo grupos de vendas de celulares, de vendas de bugigangas eletrônicas, de vendas de carros e motos, grupos de teologia, grupos de gramática (todo mundo querendo corrigir os “erros” dos outros), grupos de filosofia (todo mundo querendo “elevar o nível das conversas”), grupos de membros de igrejas, ex-colegas de escolas, etc, etc. Ainda não vi grupo de oração no WhatsApp, mas devem existir, e eu torço para que orem pela própria ferramenta.
Ano passado entrei para um grupo sobre o concurso de que estava participando.  Foi grande a minha própria decepção, porque passei da empolgação de estar “antenado” com o que rolava na cabeça dos colegas candidatos, para um sentimento de tédio. Por isso que digo: o WhatsApp é um sério candidato a ser meu inimigo da concentração.
Mas para encerrar sendo paradoxal, não posso negar que o “zap” também é “amigo da concentração”. Não a concentração pessoal, essa do nosso egoísmo para cumprir nossas metas, mas aquela que junta um monte de gente mais ou menos com propósitos comuns e acaba agregando algum valor às nossas vidas. Saímos um pouco das nossas ilhas com essas redes. E não existe nada mais belo do que gente conversando com gente, gente se entendendo com gente, gente se aproximando – na paz – de gente...

O texto está corrigido, mas foi primeiramente publicado no blog Oeste Alerta: http://www.oestealerta.com.br/2015/05/o-whatsapp-e-inimigo-da-concentracao.html