quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Já desejei ser outro

Já desejei ser outro,
Só iria transferir as cargas da carcaça
Os apelos da alma
Pra adquirir os outros do outro.

Vejo a mulher como uma companheira,
Sonho em chegar o dia de não ser mais clichê.
Ontem, uma mulher denunciou na televisão
As agruras sexuais às quais seu marido a sujeitava.
E ela disse que o amava, mas escravidão sexual jamais.
O homem alegou que ela era a sua mulher,
Como sua esposa, ela precisava mesmo se sujeitar às suas taras.
Ela era romântica e seu amor era contra as estripulias.

O restante do poema está no meu livro: Meu Canto de Raiva e Outros Poemas
Resgatado por acaso, datado de 03 de abril de 2004, com título original de "Poema sem unidade".

A volta num domingo pra competir

De volta ao "pavilhão de aulas teóricas"
Desta universidade de Feira de Santana.
Mesmo sendo por um dia, um domingo
Mesmo sabendo que lá fora o sol bate mais forte
E que a vida nos engana.

Aqui cavei parte do meu destino
E hoje arrisco uma vaga de servidor
[Trecho retirado]
Pretendendo um salário para o qual ela não me preparou,
Mas que já está de bom grado
Porque estamos no Brasil
Onde as oportunidades se chocam com a pretensão
Onde o buraco é mais profundo de ser cavado.

Uns vendem folhetos de cursinhos,
Outros água mineral "frésca".
Por enquanto, eu só comprei
A oportunidade de competir com 15 pessoas
[Para conquistar uma vaga]
[Entre as mais de 130 oferecidas].
No final de tudo, valeu [pelo menos à pena] voltar aqui hoje
Num domingo

***

Poema datado de  10 de outubro de 2004, resgatado por acaso, em um rascunho quase indo pro lixo. Partes em colchetes foram refeitas ou cortadas