terça-feira, 22 de dezembro de 2009
À guisa de despedida de ano
É quase certo que este é meu ultimo post do ano. 2009 foi proveitoso para mim. Postei pouco, mas tentei ser consistente comigo mesmo e pelo menos tive um leitor certo: eu mesmo. A desvantagem disso é que me faltaram olhares externos, no melhor sentido da palavra. Dizer que não estou preocupado com isso é agir com uma insensatez jocosa, posto que seria mentira. Sabemos quem é o pai da mentira e dá para notar com quais crenças eu compactuo...Todo aquele que escreve, seja um poema estudantil, seja uma tese de doutorado quer ser lido e criticado e não há razão para amar o anonimato. A diferença é que aqui, desde o começo, sempre mantive os pés no chão e o Google Analytcs apenas me ajuda a continuar dessa forma.
Não vou traçar planos para 2010. Quero encerrar com o otimismo de sempre e com disposição para continuar na mesma linha, no mesmo tom, na mesma ligação e relação com o mundo.
Até o próximo ano.
E aguardem, que eu volto logo!
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Burocracia e Tecnologia
Não me encontrava em condições de determinar qual a forma de suicídio que melhor me convinha: se lenta ou rápida. Por isso empreguei-me numa Secretaria de Estado".
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Twittando aos poucos, Reader e políticas de inclusão
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Ubuntu 9.10 sem percalços
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Ubuntu e seus percalços
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Semana Nacional de Tecno e o Missionário do Software Livre
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Software Livre, Nuvem, Estado, Vida Online: caminhos e descaminhos
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
ZoneAlarm PRO de graça: dessa vez não foi e-mail falso em corrente, nem nada "crackeado"
Entretanto, após a ativação, ocorreu um conflito justamente com o meu Avast PRO . Tirando as mensagens iniciais de alerta na tela e a reconfiguração do aplicativo, ambos estão funcionando satisfatoriamente. De acordo com informações do antivirus, a Avast! estaria trabalhando para solucionar esse problema de incompatibilidade.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Microsoft paga por e-mail enviado.
Pois bem, deixemos essa grande discussão para outro momento e nos debrucemos sobre uma velha novidade: não é que recebi outro e-mail em corrente!? Entre outras besteiras, o e-mail dizia o seguinte:
"(...)Microsoft e AOL são agora os maiores empresas de Internet. E para ter certeza de que a internet Explorer é realmente o programa mais usado a Microsoft e a AOL iniciaram um E-Mail Beta netTest. Se você enviar esse e-mail a amigos a Microsoft pode e vai por um período de 2 semanas rastrear esse e-mail. Para cada pessoa que você mandar este e-mail a Microsoft vai pagar U$245,00. Para cada pessoa a quem você enviar, que enviar este e-mail adiante a Microsoft paga a você $243,00. E para cada terceira pessoa que receber este e-mail você recebe $241,00 da Microsoft. Daqui a 2 semanas a Microsoft vai te contactar neste teu endereço e te enviar um cheque. Eu também pensei que era besteira mas 2 semanas depois de receber esse e- mail, a pessoa que mandou-o para mim foi contactada pelo Microsoft dentro de alguns dias ele recebeu um cheque de R$24.800,00. Você deve responder antes que o beta Teste termine (...)". |
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Computação em nuvem e as panes do Gmail
Outra coisa: essa questão de cobrarmos por um serviço gratuito de qualidade - como se estivéssemos falando do serviço de saúde ou de educação da nossa cidade, onde pagamos impostos - não tem respaldo no universo da cloud computing, aliás, não tem respaldo em nada gratuito na web, com o perdão da generalização.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Classe C na Web: arrombar ou ser arrombado?
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Antivirus da Microsoft
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
InfoWebMais: explicações que ninguém pediu
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Blogosfera tecnológica, opinião própria, cultura do plágio e Adsense
Personalização na internet? Essa palavra é tão cara nesse meio…
Acho que só vale a pena escrever um blog se você tem o mínimo de escrúpulo para não fazer apenas cópia. Sem demagogia, o Tecnoblog faz isso muito bem – e por incrível que pareça descobri isso numa tag do Google Adsense!!!
Sim, já sabemos que a Internet é reflexo da vida real, da escola, da universidade, enfim, gente que gosta de sugar do outro tem em todo lugar e isso e isso e aquilo e aquilo outro…
Ah, o Adsense. E agora o vilão de todo blogueiro iniciante é o Adsense!
Criei este blog, é franquia do Google, paira alguma coisa abaixo ou acima da página, mas continuo como quando comecei, há um tempinho atrás: os meus pés continuam no chão e não guardo ilusões de vida farta e fácil na web, até porque não dependo dela para sobreviver diretamente. Por outro lado, sem hipocrisia, porque aqui ela não cola: muito me orgulharia se um dia, honestamente, dependesse dela para ganhar a vida (isto quer dizer que não tenho nada contra quem anda enchendo seu blog de afiliados, contanto que o conteúdo seja, na palavra do tecnoblogueiro, “personalizado”).
A questão não reside apenas em só copiar do outro e citar a fonte, mas na necessidade que as pessoas têm de impor a sua marca, sei lá, o seu estilo pessoal de escrever, seja por "exercício de texto" seja por afinidade com o nicho tecnológico. Falta em qualquer lugar gente que escreva e que se reconheça como “pensante” por trás do amontoado de palavras.
E outra coisa: não é porque na internet essa exigência de constante novidade é gritante que o cara vai se limitar a cópiar e colar para pegar o fio da meada e dar audiência, porque da mesma maneira que na vida “normal”, existem n maneiras de você citar o outro sem copiá-lo, sem forjar nada e sem impor um ar de entendido no assunto. A internet não é dominada por gente que é expert nesse ou naquele assunto. Se fosse para ter na internet essa classe de gente, eu não seria visitante de blog algum, mas de "sites oficiais" disso e daquilo.
“Fato é que tecnologia não é a única coisa que dá para escrever na vida”.
Ao afirmar isso, para mim fica parecendo que o Henrique insinua que a praga dos copiadores de texto está infestando apenas a blogosfera tecnológica, quando sabe-se que há uma infinidade de blogs e sites, desde os que tratam de banana até os de sorvete e que são tão bem sucedidos em clonagem quanto foi prolongada a vida da ovelha Dolly.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Hacker: o livro
O livro começa fornecendo as definições básicas de termos como hacker, cracker, phreaker, guru, lamer, wanabe, larva e araker. Depois, o autor inicia uma incursão pelos temas centrais que delineiam a carreira desses (por que não chamar positivamente assim) profissionais da informática. Daqui por diante, vai discorrendo sobre segurança da informação, itens de segurança, habilidades de um hacker que se preze, sistemas operacionais, linguagens de programação, vulnerabilidades,vírus, tipos de vírus e seus malefícios, protocolos, como hackear um PC, enfim, uma miscelânia de assuntos que certamente interessarão a muitos, do simples usuário ao mais avançado. O primeiro encontrará ali uma fonte de inspiração para se dedicar aos estudos (hacker tambem tem que estudar, não é só talento que conta!); os últimos provavelmente irão se identificar com o que é transmitido ali. Todos temos a ganhar.
Com certeza, é uma leitura que vale mais a pena do que aquelas horas perdidas no no site errado.
Você esperava algo mais dessas primeiras quarenta páginas? Esse post não vai sequer continuação.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Educação brasileira e seu reflexo na web
Assistimos no Brasil, atualmente, ao que o articulista chama de "protótipo de inclusão digital". Os números de usuários de computadores têm aumentado consideravelmente. No entanto, isso não significa praticamente nada do ponto de vista do quadro educacional precário do país. Pelo contrário: a inclusão digital não trouxe efeitos positivos de imediato para o avanço educacional. Em uma pesquisa citada noutro post, se detectou um fato que pode servir neste momento para clarear um pouco mais: o brasileiro tem mais oportunidade para consumir bens tecnológicos e acesso à internet, mas ainda carece de conhecimento, habilidade mesmo, quando se trata de lidar com tais equipamentos e tecnologias.
Como internautas, muitos demonstram completa imprudência, singrando por mares perigosos e nunca dantes navegados. Parafraseando o professor Ruy, o internauta se atira, na realidade virtual, de barriga em um mar cheio de tubarões famintos. Ou, pelas palavras do blogueiro, "além de não saberem nada sobre navegação, muitos se lançam ao mar em barcos precariamente preparados e sem saberem nem como nadar". É patente que pouco se pensa em segurança nesse tipo de navegação: salvo alguns itens de software básicos e legalmente adquiridos, tudo o mais - de anti-vírus a editores de texto - se resume a baixar e utilizar e acessar e acessar, naquela sanha do "tudo é free, internet não tem dono, tudo é grátis".
Aos que se deixam levar pelo entretenimento vazio de conteúdo e de critérios, Oliveira deixa um recado certeiro:
"A avidez por diversão, por conteúdo, por novas experiências e novos sites, leva a um frenesi de cliques, downloads e visitas que não obedecem a nenhum critério de análise mais elaborado. 'Que mané critério, que nada' bem poderia ser o slogan para essa horda de usuários. Site com vírus? Quem se importa? Download infectado? Quem se importa?"
Como resultado disso tudo, novos usuários vulneráveis nascem na Internet a cada minuto. Contrariando a idéia que se tem de que o brasileiro manda muito spam, Ruy Flávio afirma que o mérito de ser "campeão" de envio de spam não é nosso, mas vem a ser o "resultado direto da falta de segurança que vivemos em nossas incursões online. Botnets vasculham ininterruptamente máquinas pela internet afora em busca daquelas que apresentem vulnerabilidades". E "como no Brasil isso é o que não falta, os donos dessas botnets infectam nossos computadores com códigos maliciosos que transformam os PCs domésticos em verdadeiros zumbis, os tais proxies abertos".
Vou concluir repetindo de outro modo o que ficou enfatizado antes: se algo pode ser comprovado de tudo o que estamos vendo acontecer na Internet é o fato de que é precipitado pensar que a tal inclusão digital venha a significar que o brasileiro está tendo acesso a mais informação de qualidade, ou seja, se educando mais, absorvendo melhor aquilo que anos de educação institucional não conseguiu fazer. Enfim, é falsa a idéia de que acesso a mais informação leve necessariamente a formação. Com isso, ocorre que a internet não mascara a nossa real situação. Também não a corrige, por vezes até a piora, acomoda mais as pessos a um relativo conformismo mesquinho.
A falta de instrução de qualidade, problema atávico do Brasil, fica refletida nas estatísticas de uso da web pelos braslleiros e a pergunta que fica é: o que fazer para mudar o quadro?
Aqui já deixo uma provável resposta registrada: aliar aquilo que a internet tem de melhor ao que o Brasil já tem de antigo, na acepção positiva da palavra. Que os computadores cheguem à salas de aula e que não sirvam apenas para se ensinar word e paint. Que os instrutores de informática sejam banidos das escolas e, por fim, que nós, pedagogos e professores, antes de ensinarmos o que venha a ser navegação segura, sejamos alfabetizados digitalmente.
sábado, 19 de setembro de 2009
(In)utilidade das redes sociais (Twittando aos poucos, I e meio)
Passaram-se alguns dias e sinceramente, tirando os updates, o que o Twitter pode fazer melhor do que o Google Reader ou a assinatura de um feed qualquer, por exemplo? Francamente, sinceramente, honestamente... nada, por enquanto.
Andei bisbilhotando alguns twitteiros que postavam registros diarescos, com frases do tipo "dei uma saída, amigos, mas já volto" ou "olá seguidores, estou com minha família descansando". Eu nunca vou me prestar a isso, coisa de gente que não é geek, mas já adquiriu o hábito de ter internet móvel à disposição como um relógio de pulso! Escrevi diários em papel por uns seis ou sete anos, ninguém nunca leu, eu até entendo porque é muito maçante ficar lendo a rotina dos outros. Por que iria achar adorável ler isso no Twitter, ainda que com quantidade regrada de caracteres??? Estamos em um momento, no Brasil e no mundo, em que até reality show está enfadonho, que se dirá de microdiário particular?
Estou me fazendo uma campanha: "Abaixo às redes sociais sem serventia pra mim". Em 2008, criei meu Orkut, menos voltado por grande necessidade do que pela febre dos testadores de novidades. Foi dito e feito: de tanto não não visitar as páginas de nenhum amigo, de tanto não escrever recado algum (muitas vezes, dentro de uma casa, fica o irmão a enviar recado para a irmã, que está no quarto ao lado!), de tanto não atualizar os enfadonhos albuns e de tanto não visitar comunidade alguma, resolvi colocar lá esta mensagem de status: ESTA PÁGINA SERÁ DESATIVADA EM BREVE. Não me enraiveci com a rede, pois sei que muita gente tira proveito positivo dela, às quais respeito, nem estou demonizando coisa alguma . Meus amigos que me perdoem, eles sabem que não é nada contra eles, mas simplesmente passei a detestar o Orkut. Não tem nada ali que uns minutos de conversa em um mensageiro instantâneo não resolva.
E pensar que conheço gente que vai para a lan house feliz da vida, fuçar no orkut, encher de recados prontos cheios de animações singelas, direcionados quase que invariavelmente a pessoas infinitamente próximas, perdendo um tempão, para depois achar que aquilo vai ter algum alcance maior que o rol de suas amizades (afinal de contas, está na rede, está no mundo, uma hora dessas a Casa Branca descobre a singularidade daquilo tudo e ela ganha um troféu de honra ao mérito das mãos de Obama)...
Quem quiser defender as redes sociais, tem espaço de sobra, a qualquer tempo. Neste blog, por e-mail ou nas próprias redes citadas. Sem reservas.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Dia Internacional de Segurança em Informática
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Ericsson distribui "lap tops" gratuitamente.
Dentro de 2 (duas) semanas você receberá um Ericsson T18.
Se a mensagem for enviada para 20 (vinte) ou mais pessoas, você poderá receber um Ericsson R320..
Importante!!!
É preciso enviar uma cópia do e-mail para Anna.swelung@ericsson.com
Paula Fernandes
Gerente de Compras
Issam Import e Export Ltda
Tel (Coml ) Não é trote. Funciona."
A estratégia de “Paula Fernandes”, ou “Anna Swelung” (ou algum tipo de pivete digital se aproveitando desses nomes)a priori, não parece muito misteriosa: deduz-se naturalmente que alguma intenção escusa está programada para o momento em que os incautos enviarem cópias dos e-mails enviados para o endereço que citam no informe. Pode se tratar simplesmente de um colecionador de endereços para spam, ou de um hacker mais bem dotado, que preencheu aquele famigerado hiperlink ou a mensagem toda com algum redirecionamento malicioso. Pode ser que o redirecionamento seja para algum endereço comercial, o que sugere que o autor estivesse tentando angariar clientes para vender alguma coisa. Pode ser também que tudo não passe de uma brincadeira de mau gosto. Só não acessei o hiperlink por não ter nada a ganhar, ao passo que tinha muito a perder (de início, o meu tempo). Contrariando o que foi sugerido, enviei uma cópia do e-mail sim, mas para a Equipe ARIS- LD - aquela comentada no post passado - para quando eles tiverem tempo ou paciência, ou não tiverem nenhum e-mail mais perigoso para analisar. Talvez nem me respondam a missiva eletrônica, por acharem desimportante mesmo.
O e-mail que vem circulando na rede durante os últimos dias, diz que a empresa estaria distribuindo laptops gratuitamente.
A falsa mensagem vem assinada por Anna Swelund (anna.swelund@ericsson.com) ou Anna Swelung (anna.swelung@ericsson.com), que supostamente se intitula funcionária da empresa.
Esta funcionária, bem como a suposta promoção não existem.
A Ericsson esclarece à opinião pública que está tomando as providências cabíveis para identificar a origem destas ações fraudulentas a fim de responsabilizar os envolvidos
Seu conteúdo é totalmente falso, e o link leva para a página legítima de login do Yahoo Mail.
Att,
--
Fabio A. C.
ARIS-LD - Análise e Resposta a Incidentes de Segurança
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Twittando, aos poucos
Comecei, com atraso de mais de um ano, pelo post do Interney sobre o tema. Antes de lê-lo, já havia criado uma conta, mas só fiquei nisso. No "following", havia apenas uma amiga.
Gostei do post, porque Edney não repassa um be-a-bá insosso de como usar o Twitter, mas vai de cara ao que interessa: como usar parte do potencial dele para convergir com "utilitários" aos quais já somos mais achegados, que falam a nossa língua, como o Msn, o Gtalk, etc. Na época, afirmou que "o twitter não tem um uso claro e definido", o que para mim, é uma verdade absoluta até o presente momento. Lendo o primeiro parágrafo, reparei que intuitivamente fiz o que devia ser feito, autodidaticamente: criei conta, importei uns contatos meus do Gmail que já tinham conta, usei e abusei do Find People, até porque, além de seguir alguns noticiários que acompanho, queria procurar também o link do programa Roda Viva. Por que logo o Roda Viva, um programa que em Feira pouco se ouve falar?
Ora, foi o Roda Viva que primeiro me inteirou de que o Twitter existia. Lembro-me de que nos bastidores da roda, em volta do entrevistado, o âncora (do qual não me recordo do nome no momento) apresentava entre outros participantes, os twitteiros que "cobririam" o programa para a rede mundial. De onde menos se espera, daí é que sai, já dizia uma canção...
Ainda não pus em prática 5 por cento do que o post orienta que se faça para otimizar a experiência como usuário, mas chego lá.
Título o próximo post da série já tem: Twittando, aos poucos II.
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Perigos na caixa de entrada
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Termos mais buscados no Google
Conficker: atormentador, insistente e não pára de fazer vítimas
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Quer vender seu produto através da internet?
sábado, 5 de setembro de 2009
EAD GRATUITA NO SENAI: INSCREVA-SE
sábado, 29 de agosto de 2009
Internet de quantidade
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Bíblia Digital
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Diários
”Roteiros. Roteiros. Roteiros” (Oswald de Andrade).
Por sete anos escrevi diários. Tinha até uma marca “registrada” em cada caderno: “O diário esparso”. Devo ter tirado esse nome de alguma publicação literária lida. Como todo o resto da humanidade que se interessa por isso, a proposta era descrever a maioria dos momentos da vida, desde que os considerassem dignos de serem relatados para a posteridade. Peguei fases importantes nesse tempo, mas dá preguiça de resumir, pois soam tão ridículos hoje....
Nos últimos dois anos finais a produção do diário foi decrescendo, decrescendo, tornou-se esporádica e hoje desapareceu por completo. Este texto pode ser considerado o meu último no gênero diarístisco, se é que podemos classificar assim. Os cadernos foram ficando amarrotados, mal guardados que foram, enfrentaram mudanças de casa, mudanças climáticas e não resistiram à destruição: acabaram sendo destruídos pelo fogo.
Já não é simplesmente o ritmo de vida que levo o fator que me levou à perda do estímulo de escrever diários. Foi a consciência do escriba diante da folha de papel que mudou. Primeiro, pela questão da própria modernidade: o comportamento das pessoas foi sensivelmente transformado quando elas são colocadas diante de duas opções: o papel e caneta, de um lado; o computador, de outro. O armazenamento de informações na estante ou no quarto dos fundos perde cada vez mais espaço para o armazenamento no computador. Os processadores de texto estão cada vez melhores, há uma série de opções, tanto pagas quanto gratuitas (vide pacote Office, da Microsoft e o Open Office, por exemplo). Se o computador estiver conectado à Internet, pronto, mais um estímulo a pararmos de escrever muitas e muitas linhas e passarmos a digitar apenas o essencial para estabelecer uma comunicação rápida e, principalmente, instantânea com a outra pessoa do outro lado da “linha”. Com a computação em nuvem (cloud computing) mais uma facilidade alcançada: você não precisa mais armazenar seus dados - pelo menos o que você achar que não sejam comprometedores, no que se refira ao sigilo pessoal - no Desktop Pessoal ou Notebook. Deixe salvo em algum repositório da web, que pode ser até mesmo o espaço de armazenamento da sua conta de e-mail, para ficar na mais elementar forma de “computação em nuvem”, talvez a mais atuante até mesmo antes dessa onda cloud ser tão propalada. E mesmo se seu problema for o sigilo de dados, a criptografia pode ajudar a manter suas informações
Mas não posso culpar a internet pelo meu desapego aos diários escritos a mão. A naturalidade com que se processou essa ruptura deixou em mim a certeza de que outros gêneros literários farão mais sentido do ponto de vista social e ideológico e principalmente religioso. nem os diários eram mais importantes, como eu já não sou o mesmo e as coisas velhas ficarão para trás. Eis que tudo agora se fez novo.
Afinal de contas, tirando filólogos e historiadores quem mais se interessaria pela dissecação da vida manuscrita de outrem, ainda mais quando esse outrem é anônimo?
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
Um pouco de lógica euclidiana onde a tecnologia ainda não chegou
Saí da Bahia pela primeira vez há três dias. Estou no interior do Estado do Ceará. Riacho Verde. Televisão aqui é mais ou menos como um enfeite na estante. Só é ligada à noite e não até muito tarde, porque o povo dorme cedo. Cada casa tem uma parabólica. O que irônicamente é até um artigo de luxo em Feira de Santana aqui é artigo de extrema necessidade, porque sem ela ninguém pode ver televisão direito. Trouxe meu radinho de pilha para conhecer o sotaque radiofônico da região, mas foi em vão, não capta estação alguma por aqui, em meio a tantas montanhas ao meu redor. Trouxe dois celulares GSM, só um pegou, e mesmo assim, se andarmos cerca de um quilômetro, pegando uma estrada de chão, subindo a um local de maior elevação, digamos, “geológica”. Só um pegou e mesmo assim, precariamente. Formas de economia aqui, isso tem e são exemplares para os homens da cidade grande. A água chega através de um bombeamento elétrico que vai captá-la em uma cisterna um pouco longe daqui. Essa água é armazenada em baldes grandes e é usada para tudo, do beber ao tomar banho. Enquanto isso, gastamos água com superfluidades nas cidades!!! Outro exemplo de economia para subsistência: garrafas pet e tonéis armazenam o milho e o feijão colhidos aqui. Trata-se, logicamente, da estratégia abençoada de José do Egito: guardar os mantimentos que forem possíveis para a época de hostilidade climática. Por fim, também se economiza sabiamente aqui o gás de cozinha, usando-se o bom e velho forno a lenha.
Mas op que importa de tudo isso é consolidação do que eu não vislumbrava. Estar
Por falar em forte, ocorre-me lembrar do clichê do Euclides da Cunha, que diz que o sertanejo é antes de tudo um forte. É um lugar comum, mas sintetiza bem este momento. Precisou eu viajar mais de horas de ônibus para que começasse a entender essa lógica do Euclides da Cunha. Só mesmo tendo uma resistência descomunal para os tornarem tão pacientes, tão esperançosos, tão abnegados de certas comodidades das cidades centrais. É um tipo de renuncia para a qual muitos de nós não estão preparados, inclusive este escriba.
(Riacho Verde, janeiro de 2009)