quinta-feira, 20 de junho de 2013

O TelexFree e seus seis percalços

Não sou investidor do TelexFree, não estou pensando (R$) em ser, não quero catequizar ninguém para se tornar um investidor (muito menos dentro das igrejas como alguns fazem, que não é lugar para isso!). Não tenho interesse em ferir ou difamar pessoa alguma que expressou sua opinião contra ou a favor da empresa, pois respeito a todas elas.

Inclusive já falei mal da empresa e até já desacreditei de gente que conheço que faz parte dela. Mas afinal eu estou na média: sou como todo brasileiro que reclama de tantas e tantas empresas e tantos e tantos serviços públicos precários deste país. Portanto, não poderia fazer diferente com relação a esta  empresa, desde que começou a despontar seu capital (ou o capital alheio) neste país.

Outro inclusive:  tenho amigos que demonizavam a empresa, mas que mudaram radicalmente de opinião tempos depois e até conseguiram me convencer de que nem tudo o que reluz na mídia é tão dourado assim, etc, etc. Inclusive (de novo essa palavra) eu comungava com a ideia de que era o TelexFree era um "dinheiro fácil". Mudei de ideia quando percebi o óbvio: eu não considero botar "três mil reais" em um negócio de risco como sendo "dinheiro fácil". Para mim, é um dinheiro difícil de ganhar à beça! Só eu e meu Deus sabemos o quanto é duro de se ganhar!
Também não estou dizendo que a TelexFree é uma empresa "infalível" (no sentido de falência mesmo, vá lá que seja). Mas, aliás, me diga o nome de uma empresa privada isenta de uma quebradeira neste país ou no mundo?
Mas analisando fria e rapidamente o quadro geral, o que mais ou menos existe é o seguinte:

1. Um monte de gente ganhando seu dinheiro nos meses que se seguem à adesão  - e até gente que tem ganhado tanto dinheiro que mudou de vida radicalmente;

2. Um monte de "apocalípticos do TelexFree" que encaram a empresa (e o seu modelo de negócios) como sendo o Satanás quase em pessoa;

3. Um monte de gente acreditando no que Luis Nassif, a Globo e Cia ilimitada divulgam - e tomando isso tudo como já sendo o verdadeiro fim da empresa (parece uma torcida organizada), quando tudo ainda está em fase de INVESTIGAÇÃO;

4. Uma empresa que a todo o momento aciona seu aparato jurídico para se defender - e no geral, tem feito isso até com esmero;

5. Um monte de gente no "Reclame Aqui" e em sites similares que, logicamente, reclama da empresa (como reclamamos de todas as empresas de renome mundial ou nacional), mas quase nenhuma  queixa falando que não receberam dinheiro (que ironia!) (não olhei todas as páginas de reclamação).

6. Um monte de gente que parece estar esperando a bomba estourar, para lavar o tapete com a lágrima alheia, justamente por saberem que em um negócio multinível é relativamente importante "entrar o quanto antes na rede”.Ou seja, para resumir o negócio do TelexFree tanto "é mais embaixo", quanto "mais em cima"

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Blogueiros escritores, iniciantes e copiadores


Vou sair em defesa dos blogueiros iniciantes de novo. E em defesa dos escritores todos.  Partindo do segundo ponto, vale dizer que a diferença que parece existir entre blogueiro e escritor reside basicamente no tempo e no veículo utilizado. O tempo que alguém tem de experiência com escrita pode determinar se ele é ou não um escritor. 

Dimensionando isso em números, podemos afirmar, por exemplo, que uma pessoa que escreve lá seus diários pessoais em um blog por três, quatro ou bem mais anos - e não pensa em parar - já pode ser considerada uma escritora. Isso vale para diários, vale para receitas culinárias, vale para metablogagem, vale para resumos jornalísticos, vale para muitos outros gêneros textuais. Só não vale para quem copia, claro. Ainda bem que até o Google Panda irá dar uma força aos produtores de conteúdo para a web sobre este aspecto. Dar uma força para muitos e atrapalhar outros bocados. 

Aliás, aproveitando a deixa, eu tenho uma opinião formada sobre quem copia, me desculpem se soe como preconceito: é exagerar demais na medicridade. Todo estudante costuma fazer o que pensa ser "pesquisa escolar". Mas esquece de que hoje em dia o segredo está exatamente nesse ponto: de você se ver diante de uma multidão de informações para ler e saber pegar um fragmento delas e, a partir, daí transformar isso em alguma coisa que foi você mesmo quem elaborou ou formou!!! Ou seja, trocando em miúdos, os estudantes quintanistas da vida precisam transformar um monte de informação em uma massa mais homogênea de opinião formada. 

É isso que está sendo difícil...Mas deixa pra lá, o problema continuará sendo meu e seu, e dos seus filhos e seus netos... O segundo aspecto diferenciador mencionado antes foi o tipo de veículo.  

Apimentando a discussão sobre se blogueiro é ou não escritor, eu diria que um blogueiro é escritor, desde que atenda ao primeiro requisito exposto (o tempo de blogagem) e desde que tenha a consciência disso. Ponto. De alguma maneira eu sei que cada um acaba achando o motivo adequado para se auto-classificar como tal. Portanto, além do tempo de vivência com a língua escrita, o que diferencia o blogueiro do escritor é que "escritor", na acepção convencional que nos aculturamos a tomar como correta, só escreve aquilo que vai para o papel. 

E onde é que entra o blogueiro iniciante, este que adentrou pela primeira vez na blogosfera, criando seu primeiro blog? 

Ele entra do jeito que deve sempre entrar: devagar e sempre. Se eu tivesse gabarito para dar algum conselho ao iniciante, era isso que apontaria, porque a palavra estaria sendo como um bulmerangue (indo e voltando): "comece devagar, aproveite o seu tempo para escrever, não desanime, se não encontrou o perfil de blogagem que mais se encaixa com seu jeito. Continue pesquisando-se e pesquisando os outros. Se você está pensando em ser bem sucedido, melhor ir trabalhar em outro ramo, porque nem blogar nem escrever dão tanto dinheiro assim em curto e médio prazo, mas vale a pena escrever por prazer. Sua constância neste espaço é que vai determinar se você será um escritor ou prefere imergir em outras instâncias da vida, seja dentro ou fora de internet".

Os cinco sintomas da geração “com acesso à informação”


É animador o cenário atual. Sem ironias. O acesso super facilitado do homem ao computador conectado pode ser considerado como a conquista do século. Mas mudaram-se os tempos, mudaram-se as vontades. O interesse de qualquer pessoa hoje não é ter um computador em casa: é ter internet em casa. Ninguém está falando em inclusão digital.  Está falando em “ter acesso à informação”. Ninguém leva em conta a precária (ou nenhuma) formação computacional que teve. Hoje, é “só fuçar que a gente aprende”. Inclusão digital  não vem sendo entendida como, por exems,sv,ev,ahaplo, uma pessoa fazer um curso que a instrumentalize adequadamente, a fim de que passe a dominar os principais recursos de um sistema operacional intuitivo como o Windows.

Parece que ninguém mais está considerando um pai que se esforça para colocar seu filho numa escola de informática cada vez mais cedo como sendo política de inclusão digital em escala privada, embora saibamos que é isso que esse gesto representa. Inclusão digital hoje virou sinônimo de acesso à internet. A maioria das pessoas das classe C, D e E (as que foram pegas em cheio pelo boom das lan houses ou conseguiram comprar um PC popular) entende que está “incluída digitalmente”, pelo menos de maneira “genérica”.
Não irei me alongar neste post. Diante do atual fenômeno de inclusão digital pelo qual as classes emergentes estam passando, vale a pena elencar alguns sintomas característicos de pessoas às quais julgo  serem participanetes da geração “com acesso à informação”. Acredito que, a partir dos sintomas, o leitor irá diagnosticar a doença:

1 – Têm computador em casa, na casa do amigo, na casa do parente ou é frequente visitador de lan house, mas toda a sua vida digital pode ser resumida em apenas duas tarefas: acessar Facebook.
2 – Na escola, nunca foi um primor em língua portuguesa e acabou levando seus predicados reversos para a web (muito embora saibamos que é quase impossível manter a correção gramatical sempre cem por cento na web). A “net” - a “inclusão digital”, o “acesso à informação”, a gama diversificada de tipologias textuais e as possibilidades de leitura que ela proporciona -  enfim, nada disso tem surtido efeito prático em sua vida (não aprendeu a fazer um currículo no Word, precisa pagar um real ao digitador para isso). Resultado visível na web: aulas e mais aulas do que não se deve fazer com a língua pátria, para ficarmos somente com essa matéria.
3 – Em seu entorno, não é uma pessoa tão obssessiva por mostrar-se sempre como uma boa figura. Seres humanos são compostos de bons e péssimos flashes, passamos por vales e  por boas veredas. Mas na internet a coisa é diferente. Se não for para mostrar sempre belas imagens, belos status, preferível é não abrir o Orkut, nem postar fotos. Preferível é ficar invisível e sem imagem de perfil no Messenger. Como se ninguem pudesse acordar de mau humor na internet!
4 -  Além dos dois "web-serviços" mencionados no primeiro sintoma, essas pessoas não conseguem passar um dia sem garimpar na “net” belos textos pré-fabricados, belas mensagens motivacionais recheadas de recursos audiovisuais em sites específicos para rechear a vida do próximo de felicidade e ânimo. Ou seja, tudo aquilo que parece lindo, que já vem pronto, as frases feitas de cada dia, tudo aquilo a pessoa acha que o “amigo” gostaria precisa ser enviado. Não sou contrário a quem usa esse recurso em suas redes, mas sim àqueles usam eles.
5 – São pessoas, por fim, que não vêm sentido naquilo que as outras pessoas estão fazendo na internet, por mais simples que seja o feito. Por exemplo, considera uma tremenda chatisse interagir com alguém por e-mail (que já está ficando antiquado, pelo visto), ou taxam de perca de tempo fazer um curso online.