Como também freelancer, embora aposentado, posso dizer que o trabalho com essa categoria profissional é um universo permeado por expectativas e frustrações. Apostamos na constância de uns, para nos três dias seguintes descobrirmos que ele não poderá nos atender.
Tive até hoje más experiências com freelancers e aí entendo claramente porque motivo um blog ou site que tão logo comece a se estruturar financeiramente aprende logo uma regra vital: contratar gente (pelo menos uma pessoa fixa) para produzir conteúdo frequente. Tive experiências como revisor de textos de freelancer que por pouco quase não acabou em discussão com um deles. É uma expectativa que só dura até a primeira esquina.
O serviço oferecido por sites como o Freela é sempre louvável: eles conseguem reunir gente com propósitos para trabalhos temporários. Já postei projetos meus, já aprovei freelancers e fechei concorrências. Mas na hora H, nos momentos em que mais precisei abastecer um blog, por exemplo, fiquei na mão. É frustrante.
Por experiência, sei que a maioria deles tem ocupações em outros níveis, geralmente são empregados mesmos e pensam fazer uma graninha com produção de textos. Mas, se eu fosse partir para uma estatística, diria o seguinte: dos 10 freelancer que já tentei manter constância de produção, tive decepção com nove, se não todos os 10! É frustrante.
Recentemente, aconteceu algo engraçado. Mandei uma lista bem intencionada de pautas, com um conteúdo de nicho, mas sendo bem específico nos textos que queria. O cara que se interessou por fazer começou a me responder de maneira diferente: "Olha, eu posso escrever sobre isso e aquilo outro, em vez desse e daquele jeito que você propõe?" ou então, "Alberto, posso fazer uns artigos assim e assado". Ou seja, ele queria fazer TUDO, menos ESCREVER SOBRE O ALGO QUE PEDI.
É fato notório que a maioria dos freelancer acha, por exemplo, que escrever é uma tarefa árdua demais para merecer R$ 4 ou R$ 5 por texto, ou até mais do que isso. Muitas vezes só de ver a pauta, eles se cansam: afinal, dará trabalho para pesquisar o assunto, as temáticas solicitadas "fogem à regra" desse povo, não vai ser fácil achar nos dez primeiros resultados do pai Google, enfim, e dá no que dá: eles desistem e somem, sem dar explicações. Deve ser esse também um dos motivos que explicam o porquê de alguns deles sofrerem logo um calote de certos clientes. É muita expectativa. Mas também é muita frustração.
Por outro lado já tem empresa e blogueiro freelancer que quer se "profissionalizar". Montam um site, do tipo aquele da Redaweb, que funciona da seguinte forma: o cliente acessa, detalha a pauta e primeiro paga, depois leva. Os preços são variados: há "pacotes" de 10 textos por R$ 45,00, há unidades de texto por R$ 8,00... devem existir outros pacotes (premium, basic, etc, os nomes da moda).
Para o lado deles, essa tática é ótima, pois evitam-se calotes de clientes mal intencionados e profissionaliza-se a frequência de postagens. Para o nosso lado, de quem está comprando o serviço, muitas vezes pode ser péssimo: a gente poderá revisar o texto (para aqueles que se dão ao trabalho), pode achar muita merda escrita e não ter a quem recorrer para reclamar. Aliás, pode ter alguém até para reclamar e a empresa ou o redator freela poderá dizer que irá melhorar o texto. Mas quem me garante que não sairá outra merda? Tudo é possível nesse mundo dos textos...
Há gente de blogosfera, por exemplo, que se fosse depender de um freela para sobreviver, ele não duraria um mês na internet. Realmente, eu só tenho traumas com freelancers redatores. Eu espero que meus "patrões" da blogosfera não tenham tido traumas comigo. Mas vá lá saber...
Ao terminar de ler este artigo, leia: Os suplícios da contratação de freelancers redatores - parte 2