quinta-feira, 13 de junho de 2013

Os cinco sintomas da geração “com acesso à informação”


É animador o cenário atual. Sem ironias. O acesso super facilitado do homem ao computador conectado pode ser considerado como a conquista do século. Mas mudaram-se os tempos, mudaram-se as vontades. O interesse de qualquer pessoa hoje não é ter um computador em casa: é ter internet em casa. Ninguém está falando em inclusão digital.  Está falando em “ter acesso à informação”. Ninguém leva em conta a precária (ou nenhuma) formação computacional que teve. Hoje, é “só fuçar que a gente aprende”. Inclusão digital  não vem sendo entendida como, por exems,sv,ev,ahaplo, uma pessoa fazer um curso que a instrumentalize adequadamente, a fim de que passe a dominar os principais recursos de um sistema operacional intuitivo como o Windows.

Parece que ninguém mais está considerando um pai que se esforça para colocar seu filho numa escola de informática cada vez mais cedo como sendo política de inclusão digital em escala privada, embora saibamos que é isso que esse gesto representa. Inclusão digital hoje virou sinônimo de acesso à internet. A maioria das pessoas das classe C, D e E (as que foram pegas em cheio pelo boom das lan houses ou conseguiram comprar um PC popular) entende que está “incluída digitalmente”, pelo menos de maneira “genérica”.
Não irei me alongar neste post. Diante do atual fenômeno de inclusão digital pelo qual as classes emergentes estam passando, vale a pena elencar alguns sintomas característicos de pessoas às quais julgo  serem participanetes da geração “com acesso à informação”. Acredito que, a partir dos sintomas, o leitor irá diagnosticar a doença:

1 – Têm computador em casa, na casa do amigo, na casa do parente ou é frequente visitador de lan house, mas toda a sua vida digital pode ser resumida em apenas duas tarefas: acessar Facebook.
2 – Na escola, nunca foi um primor em língua portuguesa e acabou levando seus predicados reversos para a web (muito embora saibamos que é quase impossível manter a correção gramatical sempre cem por cento na web). A “net” - a “inclusão digital”, o “acesso à informação”, a gama diversificada de tipologias textuais e as possibilidades de leitura que ela proporciona -  enfim, nada disso tem surtido efeito prático em sua vida (não aprendeu a fazer um currículo no Word, precisa pagar um real ao digitador para isso). Resultado visível na web: aulas e mais aulas do que não se deve fazer com a língua pátria, para ficarmos somente com essa matéria.
3 – Em seu entorno, não é uma pessoa tão obssessiva por mostrar-se sempre como uma boa figura. Seres humanos são compostos de bons e péssimos flashes, passamos por vales e  por boas veredas. Mas na internet a coisa é diferente. Se não for para mostrar sempre belas imagens, belos status, preferível é não abrir o Orkut, nem postar fotos. Preferível é ficar invisível e sem imagem de perfil no Messenger. Como se ninguem pudesse acordar de mau humor na internet!
4 -  Além dos dois "web-serviços" mencionados no primeiro sintoma, essas pessoas não conseguem passar um dia sem garimpar na “net” belos textos pré-fabricados, belas mensagens motivacionais recheadas de recursos audiovisuais em sites específicos para rechear a vida do próximo de felicidade e ânimo. Ou seja, tudo aquilo que parece lindo, que já vem pronto, as frases feitas de cada dia, tudo aquilo a pessoa acha que o “amigo” gostaria precisa ser enviado. Não sou contrário a quem usa esse recurso em suas redes, mas sim àqueles usam eles.
5 – São pessoas, por fim, que não vêm sentido naquilo que as outras pessoas estão fazendo na internet, por mais simples que seja o feito. Por exemplo, considera uma tremenda chatisse interagir com alguém por e-mail (que já está ficando antiquado, pelo visto), ou taxam de perca de tempo fazer um curso online.

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