Há um bom tempo que simpatizo com toda essa "corrente do bem" que prega e produz opções de software de código aberto. Vejo o momento e o movimento numa fase ainda incipiente, talvez porque os conglomerados empresariais que mandam no mercado de software no mundo ainda ofuscam bastante nossos ângulos de visão. Antes de outra coisa, também não vou ser hipócrita o suficiente para afirmar que sou contrário às leis do mercado capitalista, até porque isso seria de uma burrice execrável. Afinal, quem não gostaria de ter máquina hoje suficiente para migrar para o Windows 7? Quem não se encanta com as performances dos produtos de uma Adobe ou da prestreza de uma Symantec? Alguns desses temas foram discutidos na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, mas não pensei em ver o que vi nas palestras: quase uma falta de quorum. Achei que por estar na academia (a universidade), aqueles auditórios iriam ficar tão cheios quanto já ficaram em momentos de conflito, naquelas prolongadas assembléias de movimento grevista que já acompanhei. Hoje, numa apresenação sobre o que pessoal de Engenharia da Computação (Pet-Ecomp - UEFS) tem feito para reaproveitar máquinas caça-níqueis apreendidas pela polícia, transformando-as em urnas eletrônicas, quase que a estudante e palestrante iria se comunicar com as cadeiras!
O Projeto do Pet-Ecomp é promissor: em princípio reaproveitou duas máquinas caça-níquel doadas e, com a investigação dos seus componentes aliado ao uso de componentes de velhos computadores em desuso doados pela UEFS, conseguiu montar um projeto-piloto de urna eletrônica, que já foi usada ali, em uma eleição interna. A proposta pode se estender para outras finalidades que vão desde a criação de estações de consulta à criação de centros conectados à internet para acesso do público em geral. Tudo isso a partir do reaproveiamento do que é até considerado "lixo eletrônico": computadores com baixa capacidade de processamento que podem ganhar nova vida a partir da instalação de softwares livres, como o Linux, bem mais compatíveis com a capacidade limitada dessas máquinas.
Por essas e por outras é que a congregação dos que apóiam a causa do software livre (e todos os projetos de elevado alcance social advindos dele)_ necessita de um missionário como John "Maddog" Hall, a quem fui apresentado recentemente, através do Roda Viva (outra vez, esse programa influenciando a minha "vida online"?). Ficou patente ali que a difusão do sotware livre tem que passar ncessariamente por uma mudança de mentalidade, por uma quebra de paradigmas que talvez nos foram impostos em longos e longos anos de certa espécie de inculcação ideológica ligada às leis do mercado.
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