sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O Msn não serve pra conversar


A frase desse título até me choca um pouco, porque sei que não é bem verdade. Vem mais de uma experiência pessoal, reconheço, não estou dizendo que se aplica a todas as pessoas. No resto deste post eu vou tentar argumentar a favor dessa tese – a de que o Msn não serve pra conversar, mas não estou previamente afirmando que vou convencer.

Uso o mensageiro predominantemente para contatos profissionais. É a maneira mais prática e econômica que tenho para estabelecer contatos instantâneos com profissionais com os quais mantenho de certa forma, “parcerias” de trabalho. Poderia dizer que 96% do meu uso da ferramenta é para conversas profissionais, sobrando aí uns 5% para quase nada, conversar com um parente, um colega, uma pessoa próxima, quase invariavelmente isso, já que evito bastante conversar paralelamente ao longo do dia, até mesmo para evitar me dispersar e perder tempo (leia-se: concentração).
Perder tempo. Que ironia! Acredito que sou um fiasco no Msn justamente por achar que faço as pessoas com quem converso perderem um pouco do tempo delas. É por isso que o Msn não serve pra conversar, tal como afirmei no título. Outro dia, uma pessoa muito próxima a mim, com intimidade suficiente para me dizer verdades, observando uma “conversa” que travava com uma outra pessoa, me disse esta mais pura verdade:
“ - Você não deixa nem a pessoa respirar, escreve demais e a pessoa do outro lado fica é sem ação”!
Pois, é. Deve ser por isso que nunca fui popular em mensageiro ou rede social alguma (essa verdade eu ouvi de minha filha, também outro dia). Para mim, a finalidade dos usuários gerais do Msn é atingir o máximo do laconismo comunicativo. Tenho uma experiência ruim com mensageiros, por acreditar que a proporção de papo com os meus interlocutores é injusta, no meu caso. Confira acompanhando esta “equação”:
EU + 20 PALAVRAS = RESPOSTA DO INTERLOCUTOR + 2 PALAVRAS.
Trocando em miúdos, é isto mesmo: enquanto costumo escrever zilhões de palavras, o meu interlocutor escreve como resposta uma, ou quase duas.
Para concluir arrematando o pensamento, digo com segurança que tenho a estranha mania (estou aprendendo a perder) de conversar demais no Msn. Tenho, inclusive sempre, uma sensação de que ou estou irritando o meu interlocutor, ou ele fica louco para que eu pare de teclar, ou ele torce o dia inteiro para não precisar me solicitar alguma coisa ou perguntar algo, porque vai receber em troca um discurso de meia lauda.
O irritante – ou até cômico -  é que, em sala de aula, em sala de espera, em ambiente real de trabalho, em casa, na igreja ou em quaisquer outras circunstâncias sociais não virtuais, nunca fui e não sou falastrão. É justamente o contrário. E quem acaba me conhecendo sente isso. Não é timidez, nem é má vontade. Tirando a chatice do Msn, tirando o fato de acreditar em vida além da terra e de acreditar em outras coisas não naturais, tirando a falsa tagarelice e até a falsa gagueira, sou uma pessoa normal.
Definitivamente, o Msn não serve pra conversar. Tenho outras coisas para falar do mensageiro mais popular do mundo, mas sei que nada será uma verdade absoluta. É simplesmente uma história particular de fracasso. Peço desculpas aos meus interlocutores, se algum dia por algum acaso chegarem a ler este depoimento. Vocês todos são uns grandes pacientes, eu é que sempre os importunei.

2 comentários:

  1. Também padeço desse mal! rs!
    Um dia um amigo disparou: "coloca uns textos menores aí, véi." rs!

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