sábado, 19 de março de 2016

Meu canto de raiva

O meu canto de raiva
Veio de você.
O meu canto de ira também.
Tive todas essas inspirações:
Chamei-te diabo
Satanás, peste e desgraça.
Sim, foi pela raiva que agi,
Não foi o Diabo que agiu.

O meu canto de desencontro,
Ao cantar o teu nome,
Já me inspira a desistir de você.
Até os bichos sofrem,
Se perto ficam,
Do teu assomo de ira,
Sem nem ser mau olhado.

O meu canto estremece,
Como o corpo agora.
O meu choro não vem,
Como o coração, se abafa.
Mas a raiva transpira.

Transtornado eu fiquei
Enquanto somente assistias
Ao "Cidade Alerta".
Como se os crimes passionais
Daquele jornalístico,
Como se os assassinos
Te animassem para a guerra.
És face demoniaca!

Sei que este canto de raiva,
Sei que este canto protesto,
Não perdurará,
Pois não quero que dure.
Afinal de contas, são anos
Tentando dosar essa raiva,
Tentando descobrir 
onde fica o amor
E onde o faz de conta.

Eu canto este canto de raiva, 
Enquanto você contingencia 
Minha liberdade responsável.

Meus anos não foram infelizes,
Não quis que os seus o fossem.
Eu quis que você entendesse 
Que o amor não se cerca,
Não é como o cãozinho,
Colocado no braço atento
Para sua pura proteção.
Só reina amor, 
Onde reina confiança.

Hoje canto este canto de raiva,
Mas não me arrependo
Do que fiz se tornar 
O curso da minha vida.

Esta minha vida toda
Foi o meu quinhao conquistado.
Não vale chorar pelo ontem,
Só adianta consertar o agora.

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