sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O Google e o desaparecimento de Agda II



Mais cedo ou mais tarde isto estava previsto para acontecer: o achamento de Agda. Sempre tive esperança, só deixei as coisas engavetadas e no tempo de Deus aconteceu. Este post é apenas uma atualização daquele que falava sobre o desaparecimento dessa colega, hoje a senhora Agda. Ao mesmo tempo é um agradecimento a Agda pela resposta ao post, porque afinal de contas, se alguém tinha que comentar um texto como aquele essa pessoa necessariamente tinha que ser a que foi o tema central.
Antes do que segue, quero dizer que fiquei muito feliz por ter escrito alguma coisa que necessariamente me serviu para achar uma pessoa. Essa facilidade que a internet tem de reunir pessoas cujo elo não tenha se formado no virtual é extremamente importante para as nossas vidas. Afinal de contas, sou uma pessoa normal, viu gente? E sei reconhecer o quanto as pessoas podem ser especiais na nossa vida, ainda que as relações travadas com as mesmas estejam situadas em um pedaço do tempo lá atrás, ainda que não tenham sido estabelecidos os tais laços de amizade propriamente dita e ainda que o tempo seja implacável, arquivando as coisas no passado, sem dó nem piedade.
Nesta hora, eu me lembro de tantos outros que sumiram, ao ponto de ter consciência de que se fosse fazer um post para cada um, daria trabalhão. Citarei apenas mais um caso agora e outros depois, porque com certeza nostalgia de coisas boas (e pessoas marcantes) precisam ser virais. O nome dele é Caio Suzarte de Souza.
Fomos ótimos amigos nos primeiros dois ou três anos do antigo ensino secundário (5ª a 7ª séries, hoje 6º a 8º ano do ensino fundamental), na saudosa Escola Polivalente de Feira de Santana. Fazíamos trabalhos juntos, conversávamos muito, tivemos uma sintonia e tanto por alguns anos. Caio era uma adolescente inteligente, singular, desses sem igual, que hoje poderia ser chamado de "cdf". Dava show em apresentações teatrais, dava show em provas, dava show em muitas aulas que tínhamos, respondendo perguntas dos professores com tanta propriedade que desde aquele tempo eu achava que ele seria muito bom em seja lá o ramo de conhecimento pelo qual se interessasse na vida.
No tempo em que dava valor a pop rock secular, foi Caio quem me apresentou pela primeira vez a Legião Urbana, a partir de uma frase a mim dirigida. Um dia, ele comentou alguma coisa, se me lembro bem era algo que tinha a ver com alguma letra-canção de Renato Russo e eu fiquei sem entender, quando ele me disse, cheio de ar nos pulmões, enquanto conversava com uns colegas de classe:

- Alberto, isso é Legião Urbana, você não cuuuuuuuurtcheeeeeee!!

A palavra "curte" soou bem carioca aos meus ouvindos, e tempos depois, quando me lembrava dessa cena, sorria sozinho. O fato é que ela, à época, serviu para mim: tempos depois, eu passei a ouvir mais a obra da Legião Urbana.
Hoje, foi-se o interesse pela Legião, mas ficou a lembrança do Caio, embora não exista nem fumaça de amizade...

O surprendente com Caio foi que de repente, não mais que de repente, ele passou por um processo na vida que até hoje não entendi direito. Mudou da água para o vinho. Ficou tristonho, mal humorado, sumido de tudo. Até hoje não esclareci se foi depressão, problema familiar, surto psicológico, doença psicossomática, etc, etc. Gostaria muito que ele me explicasse algum dia, nem que seja só por curiosidade, porque pode também não ter acontecido coisa alguma, quem pode saber?
Não sei que destino Caio teve depois desse tempo, pois já faz muitos anos que não troco uma silaba com ele. Soube por uma conhecida em comum que estava fazendo um curso aqui na nossa UEFS, fato que parece se confirmar em seu perfil no Facebook.

É, diferentemente de Agda, o Caio não desapareceu e até tem uma vida online. Paradoxalmente, o Caio desapareceu sim, porque pelo fato de não conhecer o Caio que hoje existe, posso supor que ele está totalmente diferente do Caio de 1992, quem vai saber?
Mas como é estranho o quanto as pessoas passam na vida da gente por pouco tempo, deixam uma marca registrada, depois somem, e depois o distanciamento nos faz pensar no que poderia ter sido e que não foi...
16 de novembro de 2011

2 comentários:

  1. Oi Alberto, sou eu, Caio... O tempo passou mesmo cara. Uma colega nossa me falou que você estava fazendo um curso na uefs. Entra em contato e me adiciona no Face cara para eu te contar TUDO o que aconteceu comigo.

    Abraços do seu amigo

    Caio Suzarte

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  2. É por essas e por outras, Caio, que vale à pena escrever. Vou te adicionar, sim, pode deixar!!!

    Obrigado.

    Alberto Vicente

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