domingo, 11 de setembro de 2011

Políticas públicas da "digitalidade"


Meu Motorola WX295 tem um browser basicão, desses em que só dá para fazer o bê-a-bá da internet: olhar a caixa de mensagens do webmail, visitar o Orkut e acessar algumas páginas da web. Tudo isso sem a pretensão de uma boa navegabilidade, porque é tecnicamente inviável. Ainda ontem li a entrevista do nosso Governador Wagner na IstoÉ online, enquanto esperava o atendimento na fila da Barbearia e já fiquei muito feliz por ter acesso a um tipo de informação para mim inusitada em um celular. No mesmo dia, até me ajudou um bocado: fiquei sem internet em casa e mandei uns emails importantes pelo dispositivo. Consegui transpor para uma espécie de linguagem telegráfica o que precisava ser dito com um número de maior de caracteres, mas deu para se comunicar claramente.
A maioria das páginas que abro desse smart-coisa alguma é via Google e creio que deva ser a versão idêntica à página da gigante de buscas que já acesso de um computador convencional. É mais fácil navegar pelo buscador, porque não estou familiarizado com algumas URLs contendo "wap" necessárias para abrir  algumas páginas. A definição de imagens é até muito boa, considerando o limitadíssimo número de pixels da tela. 
Só o que não gostei é que, para abrir alguns sites, como o Concursos no Brasil ou o próprio serviço do Gmail, por exemplo, o cache não aguenta o volume de dados e pede para ser esvaziado em questão de minutos de navegação. Ou seja, nem tudo dá para ser bem acessado na net desse meu celular, para finalizar com o óbvio...
Nunca havia testado esse serviço de internet móvel da Tim, embora seja cliente há uns bons anos (meu último número data de julho de 2009, fora os anteriores). Para se ver como sou ainda mais atrasado em telefonia móvel, sou daqueles que pouco usa o celular para algo além de torpedo, ligação, lembrete, despertador e, esporadicamente, enviar e ler e-mails. Mas não é que gastar R$ 0,50 por dia é o maior barato da web? Como é que eu posso dizer agora que internet é cara no Brasil? Se você colocar o mínimo de R$12,00 de créditos em um mês e se possuir um smartphone de verdade, pode  simplesmente acessar a internet por 24 dias inteiros. Carregando alguns reais a mais, fica o mês inteiro conectado, 24 horas por dia, se aguentar (eu não suportaria). Ah, um dia eu chego lá!...
Mas o fato é que, ainda que em muitas regiões do Brasil custe caro acessar a web, têm se popularizado tantos planos de R$ 35, R$ 37 e R$ 40 mensais (com velocidades entre 150 a 300 kbps) que já não podemos utilizar dos mesmos argumentos para falar de má inclusão digital. Sem falar no preço de uma hora nas lan houses, que é mais do que de banana.
Sei que posso estar falando essas coisas porque Feira de Santana, de certa forma, nos últimos anos, oferece essas facilidades. Aqui, até internet gratuita por Wi-Fi já é disponibilizada pela Prefeitura. Não conheço ninguém que me forneça referências sobre a qualidade desse serviço, mas não se pode negar que isto, do ponto de vista da democratização digital, é um passo enorme para um futuro promissor.
Por sinal, nunca se falou tanto em Feira sobre "coisas digitais" depois que o atual prefeito assumiu o cargo. Tem Sistema de Saúde Digital, Feira Cidade Digital, Sistema de Educação Digital, Escolas com Lousa Digital, Escolas com Centros Digitais, enfim, e pode ter certeza de que mais "digitalidades" irão aparecer.
Então, que essas políticas "públicas da digitalidade" prosperem cada vez mais. É até bom que fenômenos do tipo aconteçam, pois hoje não se pode mais dar as duas desculpas mais surradas do mundo para explicar a exclusão ocorrente nesse nível. A primeira era que computador e celular são caros; a segunda, é que internet no Brasil é cara. Se nas cidade em que já se pagou (ou ainda se paga?) até R$ 200 mensais por uma conexão humilde pegar o sinal de celular da Tim ou das outras teles, o povo pode se considerar incluído. Acabou a crise.



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