quarta-feira, 2 de março de 2011

Víciados em internet: três dicas para sair dessa




Há pessoas que precisam se tratar. Não estou falando dos workaholics, nem dos multitarefas, que vão acabar descobrindo que a vida vale mais a pena do que os trabalhos e as "inteiras disponibilidades" (pelo menos, na minha platônica visão de mundo). Estou falando dos multissedentários e dos multifúteis digitais que estão alastrando todo o planeta. Penso logo existo, disse Descartes. Hoje em dia, parece que a máxima é "Penso, logo digito, posto, envio o jpeg".
Não que o viciado em computador (leia-se sempre: o viciado em internet) possua o grau de periculosidade social de um viciado em drogas ou álcool. Não que o viciado em computador esteja em um grau mais preocupante do que o do pedófilo. A questão é que, como todo vício, essa patologia virtual precisa ser tratada mesmo!
Existem pessoas que se estressam muito por causa do computador, mas aos olhos de quem as vê esse estresse não passa de um algo muito grande por coisa muito pouca. Por exemplo, nada pode dar errado em seu PC ou notebook, porque se algo fugiu do esperado é porque algúem mexeu na sua máquina e isso lhe causa uma revolta como se algúem a tivesse agredido fisicamente. Outra coisa: nada estressa mais o viciado em internet do que cometer a má educação de "destratar" um "amigo" nas redes ou nos mensageiros. Isso porque o viciado teve tanto tempo online perdido que acabou formulando um novo conceito de etiqueta socio-digital: deixar alguém sem resposta no msn, no e-mail, deixar um scrap sem retorno, não fazer um comentário de uma foto imbécil ou não responder a um depoimento são fenomenos inadmissíveis. (Mas deixar o próximo morrer de fome é natural, mal comparando...).




Para encerrar a constatação, seguem algumas dicas cujo foco seria combater, atenuar ou até extinguir de uma vez o vício por internet (a depender da força de vontade do dependente, claro):

- Não faça na internet aquilo que você não faz na vida real

Não pareça ser, seja. Não misture fantasia com realidade, quanto mais próximo o seu perfil estiver de quem você é de verdade, ao longo do tempo, isto lhe dará reputação. Não adianta fazer boa figura. Honestidade não cai de moda porque a tecnologia chegou em nossa vida.

- Não responda a tudo o que lhe chega aos olhos

Se o internauta viciado não aprender a ser seletivo, sem ser mal educado, ele tenderá sempre a perder noites. Não existe nenhum código de ética que pregue a "inteira disponibilidade" de uma pessoa. Na vida real, no seu trabalho, na sua igreja, no seu grupo de relações você está sempre à disposição dos outros? Se alguém com uma pergunta idiota bate à sua porta ou lhe chama pelo interfone às 03 horas da manhã você responderia de bom grado? O que torna as pessoas tão insensíveis ao ponto de detestar ouvir a seu próximo numa fila de banco, mas querem ser todas educadas com qualquer chato de galocha que as chame à atenção no mensageiro?

- Não haja como se tudo estivesse normal em sua vida se você, além do dia, passa a noite em claro no computador.

Excluindo pessoas para as quais a internet é um meio de trabalho, por questões diversas como a de segurança, gerenciamento de conteúdos jornalísticos, gerenciamento de redes sociais corporativas, pessoal ligado à engenharia de aplicativos de segurança (principalmente os pagos), contatos comerciais, etc, por que razão você precisaria se alhear do mundo e se tornar o paladino da sociabilidade na web e um fracasso do antissocialismo na vida real, inclusive dentro do seu próprio seio familiar?


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