domingo, 17 de abril de 2011

Teste o seu índice de comprometibilidade na rede

 

Vamos falar sobre como não se comprometer na rede?



Há os incautos (mas nunca os ingênuos) que pensam que usar o computador da casa da parentela lhe dará mais privacidade do que o da lan house. Ou mesmo os que agem estabelecendo um conceito diametralmente contrário a este (agem no vice-versa). O fato é que falam/pensam/escrevem o que não deviam, optam por uma desavisada forma de ficar meio sujo por qualquer coisa boba. Sou dos tais que acham que não existe nada de absolutamente privado na rede. Sou dos tais que defendem a ausência de rabo preso de uma pessoa na rede. Se você tem o rabo preso, ou você deve alguma coisa a alguém, ou você se comprometeu a tal ponto de estar ciente de que o que está fazendo é imoral, é ilegal ou engorda (o olho), ou você simplesmente perdeu o escrúpulo para achar naturais coisas que em algum tempo até criticou.

Mas como anda a sua reputação na rede? Quais respostas daria em alguns desses casos ou algumas situações?

1- Uma pessoa chega perto da sua máquina, no momento em que um “alto papo” rola no mensageiro ou no chat de alguma rede social.

(a) Você trata a bisbilhoteira como uma pessoa normal, não critica nem se incomoda com sua presença?

(b) Repreende a bisbilhoteira pelo fato de estar visualizando uma conversa “à vontade” com uma “pessoa amiga”?

2 – Você se considera acima do bem e do mal. Uma pessoa acima de qualquer suspeita. (O cara que fez aquilo na escola de Realengo e milhares de outras no mundo também passavam batido nessa questão).

(a) Você não acha justo ter a privacidade revelada pelos rastros de histórico deixados na máquina alheia?

(b) Você acha que não disse nada de mais, não trocou com a “pessoa amiga” confidências suspeitas?

(c) Você sabe que falou algo comprometedor, mas “o que é que tem, quem vai saber, ninguem tá vendo, não tem nada não” (E aqui sou levado a citar um amigo meu: tem gente que hoje se deixa dominar pelo demônio do “tem nada não”. Faz e acontece, pinta e borda e depois diz que é normal, “não tem nada não”…)?

3 – Você criticava muito certas pessoas que cultivavam certas amizades nas redes, isto quando você não era muito familiarizado com internet, rede relacionamentos, essas coisas. Depois que se familiariza (e, pelo visto, gosta) você dá um de Lula quando se elegeu para o primeiro mandato de presidente: começa a fazer tudo aquilo que criticou.

(a) Você acha que não deve satisfações a ninguém, é dono do seu nariz?

(b) As pessoas em sua volta - principalmente aquelas às quais, queira ou não queira, deve satisfações sim (pois ninguém é tão autosuficiente) - começam a ficar preocupadas com você?

 

Não iremos quantificar o seu quociente de comprometibilidade. Faça você mesma.


sexta-feira, 15 de abril de 2011

Três dicas sobre o que não fazer no seu blog (alguns posts depois)

Outro dia, uma amiga meio que tentou me dizer que eu estava pegando um pouco pesado, atirando para um determinado conjunto de alvos específicos, que não era o meu público alvo. Do alto de sua experiência como leitora, acredito que me deu uma lição. De fato, não posso dizer que foram postagens amplificadoras, reconheço que alguns períodos de texto foram meio ressentidos, tamanha a indignação presente no momento singular da escrita. Postei para uma classe de gente, para um nicho, mas era um nicho meio indesejado. Pode ter ocorrido que por causa de uns poucos picaretas, outras pessoas leram o que não queriam ler, e tomaram para si coisas que eu nunca disse, mas que textualmente soaram pesadas demais. Todo mundo já está cansado de ver isso na política, nos parlamentos, nos tribunais, nas entrevistas, nos programas radiojornalísticos das manhãs, ou no boteco da esquina. Somos fruto de um contexto, pensamos e escrevemos pautados por esse contexto.


Vamos falar do preço que o blogueiro paga quando, de propósito, passa pela experiência de se descontinuar. Há pelo menos sete postagens atrás o IWM imergiu em uma seara perigosa, não recomendada por nenhum blogueiro profissional: ele simplesmente fugiu do seu "foco de atuação", se assim podemos categorizar o fenômeno. Como? Publicando matérias que não tinham o foco inicial do blog, ou seja, fugindo do assunto. Em poucos dias, experimentei o amargor do olhar de viés digital. Publiquei conteúdo impróprio?
De certa forma, sim. Para o meu blog, sim. Fugir do foco, em um blog, não significa perder a fidelização de um nicho, um seguidor de feed, Twitter, Facebook, Orkut ou o que for social. Não significa perder somente em cliques publicitários - blog não rende de um post do dia para um post da noite. Significa botar uma máscara, perder sua cara. Sem mais delongas, seguem as três dicas prometidas, irão como parábolas:

1. Não preencha seu tempo pensando que monetizar o blog é produzir conteúdo disperso, para todos os gostos.

Todo mundo faz monetização, isso não é novidade, isso não é coisa de blogueiro. Sua vizinha faz monetização, quando sai às 08 da manhã para uma repartição pública com uma tapouer cheia de salgadinhos para vender aos funcionários de um setor. Ela não foi vender salgadinhos e livros de auto-ajuda. Foi vender salgadinhos e apetrechos relacionados a ele... Deu para entender, não é?  Ela recebeu cinco "nãos" e dois "sins" no dia? Oh, os dois "sins" serviram para esvaziar o estoque! Talvez se aquela mulher chegasse ao ponto de falar sobre a filosofia kantiana, sairia dali sem um real no bolso. Monetizar um blog é mais ou menos isso: encher sua "tapouer" daquilo que você sabe ou gosta de fazer e suar a camisa para monetizar o seu negócio. Ninguém está sendo hipócrita nessa relação capitalista de ver a vida, de ver um blog. Quer produzir um blog misto? Prefira vários blogs únicos sobre determinado assunto. Muita gente faz essa segmentação, dá um pouco mais de trabalho (como tudo na vida de um blogueiro).

2.  Do mesmo modo, não saia por aí aceitando todo tipo de publicidade, se você mesmo não gostar daquilo que está querendo vender, nem se enquadrar nas linhas temáticas do seu blog. (Sobre publicidade e a exclusão dela, irei detalhar em um post futuro uma tomada de decisão).

O leitor do seu blog não terá paciência para ler qualquer anúncio. Você teria coragem de clicar em tudo o que você anda anunciando? Seu site evangélico iria aceitar publicidade de uma cartomante?


3. Não espalhe nas redes todo o conteúdo desfocado que você vem produzindo.

Ter uma certa autocrítica a esse respeito pode fazer a diferença entre ganhar um seguidor e perder cinco deles. Ser seletivo consigo mesmo tem sido bastante funcional e a relação custo-benefício justifica o prejuízo de ficar calado sobre determinados post publicados.