A tecnologia faz parte da vida, não é a vida. A tecnologia complementa as funcionalidades humanas, não é “a” funcionalidade humana. A tecnologia trás comodidade, conforto, bem-estar, velocidade, mas não é a felicidade. O homem faz uso da tecnologia, a tecnologia não pode fazer uso do homem. Deus pode abençoar a tecnologia, mas a tecnologia, por si mesma, não abençoa ninguém. Estas são algumas obviedades bem lúcidas e redundantes sobre a tecnologia. A Igreja Católica (ICAR) tem mais algumas, que valem a pena ser ouvidas, pois estão carregadas de um peso formado por séculos de cultura e de teologia que não podem ser desmerecidos.
Eis mais uma dessas constatações coerentes da ICAR: no dia 17 abril Bento XVI fez sua homilia do Domingo de Ramos demonstrando uma lucidez, digna de qualquer pregador pentecostal. Disse, entre outras coisas, que estamos sendo guiados por Jesus a uma estrada que conduz ao Deus vivo. Ao mesmo tempo, indagou sobre como podemos manter esse ritmo de ascenção aceitável, se o homem vem demonstrando tanto a vontade de “ser como Deus”?
E aí é que entra a tecnologia nessa história, mencionada por ele através de alusões à atual capacidade que os seres humanos têm para voar e para se comunicar com os seus semelhantes de pontos extremamente distantes do planeta. Ficou entendido claramente que, para o papa, “a tecnologia não pode substituir a Deus” e todas as invenções do homem têm servido para aumentar o bem, mas também (infelizmente) para gerar o mal, bastando para isso acompanhar os desastres recentes, que tanto sofrimento têm causado.
Independente de qualquer concepção religiosa (visão de mundo, visão espiritual, visão de Deus) que a ICAR e eu tenhamos de divergente, assino embaixo.
Excelente. Texto ponderando, com opinião e escrito como pouco se lê na rede. Abraço.
ResponderExcluir