sexta-feira, 2 de junho de 2006

O discurso “intelectuário” de Antonio Biá - filme Narradores de Javé

*Intertextualidade e interdiscursividade parecem noções similares, à primeira vista, mas não o são, na medida em que a primeira trabalha com vozes do sujeito discursivo que são visíveis na superfície textual, enquanto que o interdiscurso domina regiões em que essas vozes não são explicitadas (Orlandi, 2005). Para os propósitos deste breve trabalho, caberia- nos pensar que o que sucede nas falas do protagonista Antonio Biá são marcas de intertextualidade, embora não possamos nos afastar de todo da hipótese de ali haverem marcas de interdiscursividade, como veremos. Trata-se de conceitos que, de maneira geral, se caracterizam pelo teor de recorrência discursiva, entendida como “um saber discursivo que torna possível todo dizer e que retorna sob forma do pré-construido, o já dito, que está na base do dizível, sustentandocada tomada de palavra” (idem, p.31). intertextualidade e interdiscursividade não podem ser confundidas com simples imitação, ou como algo que acontece por falta de imaginação do sujeito discursivo, mas sim retratam a capacidade desse sujeito de se apropriar do que já foi dito transmutando- se em algo propicio às novas condições de produção , no momento da enunciação.
Pêcheux (1969), ao falar dessas condições de produção, estabeleceu uma definição empírica, ao afirmar que a noção de condição de producao (CP) estaria diretamente realcionada à existência de “protagonistas do discurso”. Estes representariam “ ‘lugares’ determinados na estrutura de uma formação sicial, lugares cujo feixe de traços objetivos característicos pode ser descrito pela sociologia. Assim, no interior de uma instituição escolar há o ‘lugar’ do diretor, do professor, do aluno, cada um marcado por propriedades diferenciais” (Apud Brandão, 1991). Tomando essa formulação para o caso do filme analisado, poderíamos falar que o “lugar” do nosso “protagonista do discurso” – Antonio Biá – é o de quem fala de uma posição supostamente diferenciada, uma vez que ele se sobressai em meio àquela população que não era dotada de um certo “saber discursivo” que não deixa de ser inovador.
Courtine (1981), ainda segundo Helena N. Brandão (id.), propõe uma definição para as CP relativamente mais objetiva, ao ligar tal noção à idéia das “simples circunstâncias” (p.37). Nessas circunstâncias, portanto, “interagem os ‘sujeitos do discurso’, que passam a constituir a fonte das relações discursivas” (id, ibidem); assim, a noção de CP estaria “alinhada à analise histórica das contradições ideológicas presentes na materialidade dos discursos” (ibid., p. 38). Basicamente, é o que diz Orlandi (2005), ao enfatizar que as CP estariam englobando “ os sujeitos e a situação” e, dessa forma, “podemos considerar as CP em sentido estrito e temos as circunstancias da enunciação : é o contexto imediato. E se as considerarmos em sentido amplo, as CP incluem o contexto sócio-historico, ideológico.”(p.30). Caberia aqui uma reflexão útil para este trabalho, que se refere à maneira como se dão as referencias discursivas em nível da situação de enunciação.
Maingueneau (1997), a este respeito, levanta um conceito importante : a noção de dêixis.Esta é definida como um “conjunto de referências articuladas pelo triangulo EU- TU- AQUI- AGORA” (P.41). A mesma analista identifica duas espécies de dêixis: a discursiva e a fundadora. A primeira compreende três instâncias, a saber, o locutor (EU) e destinatário(TU) discursivos, a cronografia (AGORA) e a topografia (AQUI); já a dêixis fundadora pelas “situação(ões) de enunciação(ões) anterior(es) que a dêixis atual utiliza para a repetição e da qual retira boa parte de sua legitimidade” ( p.42), e suas instância são: a locução fundadora, a cronografia e topografia fundadoras. (Orlandi [ano?] prefere a terminologia “discurso fundador” em vez de “dêixis fundadora”). As duas dêixis constituem formas de acesso à “cenografia” de determinada formação discursiva.

Antonio Biá: discurso “intelectuário” enquanto gênero? Marcas dêiticas, intertextuais e interdiscursivas presentes nesse discurso.

Antonio Biá é o protagonista do filme Narradores de Javé, dirigido por Eliane Caffé. O corpus deste trabalho será constituído por três situações de enunciação, extraídas das falas do personagem do longa-metragem e, a partir delas, tecer algumas formulações pertinentes à luz do que enfatizamos na seção anterior.
O que chamamos aqui de discurso “intelectuário” de Antonio Biá nada mais é do que uma tentativa de enquadrar o conjunto de enunciações do protagonista, isto é, uma proposta de classificação do “linguajeiro discursivo” dessa personagem., visto, grosso modo, como um gênero.
Uma imersão na problemática das condições de produção desse discurso nos revela que estas se configuram relativamente adversas. O discurso de Biá, pouco comum pela carga de referências, surge num contexto sócio-espacial marcado pela pobreza nordestina, num povoado onde todos os moradores, excetuando- se as crianças, são semi- analfabetos. Amplificando esse contexto, diríamos que essa população parece viver esquecida num ponto remoto da bahia, sem governo presente, sem condições infra-estruturais básicas, alheia aos acontecimentos sociais, políticos, econômicos, históricos e culturais do próprio Estado, para não dizer do Brasil. Trata-se de uma gente alienada em termos de consciência político- social, que dá mostras de não enxergar muito além do que se passa naquele reduto de chão, onde as terras foram demarcadas oralmente, formando o que, na história deles, se chama de “divisa cantada”. A pobreza predomina em Javé e a única presença de uma “forma de poder” maior (um “aparelho” do Estado, talvez mais repressor do que ideológico ) é a chegada dos engenheiros que irão transformar aquelas terras em represa para suportar as águas que abastecem o Estado.
São tais as CP do discurso de Biá. É nesse cenário hostil à eloqüência e às letras que o ex- carteiro Biá interaje, chegando mesmo a se considerar parte integrante daquilo tudo:
“Se hoje isso aqui é um lugar miserável, de gente apocada e ignorante como eu ,como vocês tudinho!...Nós somos um povinho ignorante que não escreve nem o próprio nome, mas inventa historias de grandeza pra esquecer a vidinha rala! Sem futuro nenhum!...
Essa fala,contudo, também serve para expressar algo que em Javé se mostra patente, como já foi dito : paira na inconsciência coletiva daquele povo uma espécie de ideologia do conformismo, isto é, uma ideologia da pobreza vista como algo que existe para se orgulhar, algo positivo, como se percebe a partir do modo como eles contam suas histórias de “gente guerreira”.
Se por um lado Biá se considera ignorante como os seus, por outro lado se considera “intelectuário e alcoólatra”, um sujeito iluminado pelo domínio da escrita, mas não só a escrita, mas a escrita com um certo talento literário, artístico. Apesar de “intelectuário”, a quem foi conferida a missão de resgatar “nos termos científicos e verdadeiros” a grande história do Vale de Javé, Biá reconhece, ainda que só quando não havia mais jeito, incapaz de “parar a represa e o progresso”. De fato, ele não pára o progresso, mas consegue empreender, como se depreende das falas finais de Zaqueu, o relato das memória daquele povo e região. Quando parte para a primeira entrevista, desde então, expressa seu propósito:
“Eu vim aqui lhe ouvir e anotar o que for importante das suas lembranças javélicas, as históricas e as pré-históricas, pra gente por no livro ‘A Odisséia do Vale de Javé – 1ª parte’ “
Grifamos a última enunciação para nos atermos a ela, que fornece- nos pistas para percebermos a forma como o protagonista explora suas potencialidades discursivas. Biá, a todo o momento, recorre a um material que é caro à produção dos mitos, no dizer de um antropólogo (Rocha, 1985) : o personagem recorre a “sobras de outros discursos” ( o discurso dos cientistas, literatos, poetas, intelectuais em geral, políticos, o discurso da cultura de massas) e vai compondo, à maneira de um bricoleur discursivo, o seu próprio discurso de “ intelctuário” – eis a matéria prima da sua formação discursiva. A enunciação “A Odisséia do vale de Javé – 1ª parte”
Grifamos a última enunciação para nos atermos a ela, que fornece - nos pistas para percebermos a forma como o protagonista explora suas potencialidades discursivas. Biá, a todo o momento, recorre a um material que é caro à produção dos mitos, no dizer de um antropólogo (Rocha, 1985): o personagem recorre a “sobras de outros discursos” (o discurso dos cientistas, literatos, poetas, intelectuais em geral, dos políticos, enfim, o discurso da cultura de massas) e vai compondo, à maneira de um bricoleur discursivo, o seu próprio discurso de” intelectuário” – eis a matéria prima da sua formação discursiva.

“A Odisséia do vale de Javé – 1ª parte”

No que se refere à intertextualidade, a referencia ao legado literário dos gregos é bastante clara: Odisséia é o poema épico escrito por Homero, que narra as aventuras e desventuras de Ulisses e que se tornou sinônimo para se falar sobre narrativas de feitos heróicos. A enunciação acima nos remonta metonimicamente à obra grega. Enveredando no campo da dêixis discursiva aí instaurada, obtemos informações evidentes:
a) há um locutor discursivo, que é Biá;
b)este locutor se dirige a um destinatário discursivo, que no caso é o primeiro entrevistado por Biá, mas poderíamos dizer que é o povo de Javé;
c) a topografia é o povoado do Vale de Javé;
d)a cronografia se apresenta com o momento em que se vive o dilema de uma perda da historia local, devido à ação dos construtores da represa.
Acrescentemos aqui que aí também se configura uma dêixis fundadora, na medida em que encontramos nessa situação de enunciação (i) um locutor fundador – o poeta grego Homero – a quem se atribui a autoria da Odisséia original, (ii) uma cronografia fundadora – o contexto, ou as condições de produção que levaram Homero a escrever sua obra – e (iii) uma topografia fundadora, que está representada pela alusão à Grécia clássica. Mas esta é apenas uma entre várias situações. Vejamos outra enunciação, que acontece quando o protagonista explica como é o seu “método” de trabalho:
“Isto aqui é um trabalho de ciência, vocês não tão acostumados. Eu até entendo. Então, mais tarde eu volto pra ver marcas e provas. Porque é assim que procede a ciência. Assim não dá!”
Investido de certa autoridade que lhe fora conferida, como dissemos, por “sabença de ofício”, Antonio Biá se refugia necessariamente nesse discurso de autoridade, que é o cientifico. Dito de outra forma, Biá se defende a partir de uma dêixis fundadora que está assentada na idéia positivista do método científico, que, por sua vez, nos reporta ao século XIX e à filosofia positivista francesa. Ainda se tratando de dêixis fundadora, ou discurso fundador, encerraremos este breve trabalho destacando a enunciação abaixo, na qual também atua a interdiscursividade:
“O senhor ta confundindo hábeas corpus com Corpus Christi. O meu trabalho é de responsabilidade, é verdadeiro. E o mundo hoje não é mais como antigamente, no tempo do rascunho da Bíblia, onde bastava ter um homem ,um fecho de capim e um jumento e pronto, se tinha uma boa historia. Hoje não... Contar uma historia hoje é difícil. Eu quero pelo menos um ano de barba grátis! O senhor pense de novo, raciocine- se e traga uma proposta à altura do meu esforço...”
O destinatário discursivo desta enunciação é o barbeiro do povoado. Contudo, cronograficamente, temos uma situação de enunciação relevante, do ponto de vista interdiscursivo: o barbeiro havia proposto a Biá que escrevesse uma boa história que envolvesse o seu nome (ressaltando seu “heroísmo, é claro), tudo isso em troca de “uns seis meses” de barba gratuita, oferta que Biá de pronto se recusa, por achar pouca. Perpassa, assim, na formação ideológica do protagonista o tom característico de uma ideologia da troca de favores, também conhecida pelo nome de “toma lá dá cá”, prática tão corriqueira entre determinados representantes do governo, em qualquer esfera da república federativa. Ideologia que não é formada há pouco tempo, mas que já encontra vestígios no discurso fundador estabelecido pela carta de Pero Vaz de Caminha (que, ironicamente, também era escrivão!) , quando o escriba pede ao Rei de Portugal uma colocação para um aparentado seu. Percebe-se explicitamente um locutor fundador( Caminha) , uma topografia fundadora (o Brasil, recém “achado”) e uma cronografia fundadora, revelando enfim que o “lugar” de Caminha ao escrever a missiva é o lugar de um privilegiado, assim com Biá, investido de uma grande missão ao redigir um texto que terá importância histórica.

3. Considerações conclusivas.
Acreditamos que, com base nas três situações de enunciação expostas ao longo deste artigo, intentamos desvelar nuanças dêiticas, intertextuais e interdiscursivas que constituem três dos cernes da formação discursiva do personagem Antonio Biá. Este, com uma irreverente maneira de exprimir seu pensamento, fazendo uso de relações entre outros discursos e textos já canonizados pela História, construindo um campo vocabular digno de faze-lo personagem de Guimarães Rosa, associando palavras distintas para produzir na língua um enriquecimento semântico notável, enfim Biá constrói estratégias discursivas, que fornecem amplo material para estudos em Análise do Discurso.

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* Este artigo foi originalmente produzido para o curso de especialização em Estudos Linguísticos, na disciplina Análise do Discurso, no ano de 2006. Como abandonei o curso ao final do primeiro semestre, deixei ele como parte do meu acervo.

Título original: Estratégias dêiticas, intertextuiais e interdiscursivas presentes no discurso “intelectuário” de Antonio Biá, no filme “Narradores de Javé”


A epígrafe do texto era:

“ Todo discurso se estabelece na relação com um discurso anterior e aponta para outro” (Eni Orlandi, 2005).
Abstract
The article present intends to delimit some marks of dialogue between texts, dialogue between discourses and dêixis and founder in speak of the character Antonio Biá, of the film Narradorres de Javé (Narrative of Javé).

4. Referências bibliográficas

BRANDÃO, Helena N. Introdução à Análise do Discurso. 3ª edição. Campinas, SP: Editora Da UNICAMP, 2005.
MAINGUENEAU, Dominique. Novas Tendências em Análise do Discurso – diálogos e duelos. São Carlos : Clara Luz, 2004.
ORLANDI, Eni P. Analise do Discurso – Princípios e procedimentos. 6ª edição. Campinas, SP :Pontes, 1999.
ORLANDI, Eni P. A Linguagem e seu Funcionamento – as formas do discurso. São Paulo : Brasiliense, 1983.
ORLANDi, Eni P. Discurso Fundador. Campinas, SP : Pontes, 1993.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2003

Crônica de um operário

Eu era uma peça de reposição falante*. Trabalhei cerca de cinco anos naquela empresa, cumprindo uma jornada de quarenta e oito horas semanais. A firma não podia parar, precisávamos todo o dia “dar produção”. E se alguém não quisesse se sujeitar aos padrões de “otimização” da produção diária
poderia ir logo dizendo, pois lá fora a fila de desempregados(desesperados) estava clamando pela desistência dessa pessoa. Na fábrica, não líamos nos murais por onde circulam as comunicações internas, a palavra “trabalhador”, “funcionário” ou “empregado”. O qualificativo mais em voga era o de
“colaborador”. Não raro, líamos nesses murais:

“AVISO
Comunicamos aos nossos colaboradores que, em virtude dos sérios
problemas financeiros por quais passa a nossa empresa, o pagamento da 2ª
quinzena do mês X está previsto para ser efetuado no dia Y/ Z.
Agradecemos a compreensão,
A Direção”

Para nós, ficava mais do que óbvio que esse dia Y/Z seria uma data bem acima do que nossos credores poderiam suportar aguardar. Concordávamos numa coisa: quando uma empresa além de pagar pouco paga
com atraso, fica mais do que evidente que algo de ruim pode acontecer a qualquer tempo. (Ironicamente, anos depois aconteceu mesmo: essa empresa se quebrou e teve o patrimônio levado a leilão público, gerando uma receita imensamente inferior aos seus débitos todos).

Pior do que esses avisos de mural eram as chamadas para reunião coletiva entre a suposta direção e a gente (nunca o dono comparecia, só mandava o gerente ou similar), para explicar os mesmos problemas e nos pedir mais compreensão ainda. Nos vestiários e corredores não nos cansávamos de ouvir os mais revoltados proferindo descomposturas pesadíssimas contra os patrões, aliás, contra a empresa toda. Isso por sinal era a rotina: em todos os bastidores da gente era costume certo praguejarmos contra o incerto rumo da empresa, que a cada dia mais tirava o nosso ânimo de ali permanecer:

- Rapaz, eu não suporto mais Fulano de Tal (geralmente, um encarregado ou líder de produção). Eu tô com vontade de mandar ele pra p.q.p. Qualquer hora eu vou dar uma “pagação” em Sicrano também, que ele vai se arrepender de ter me chamado num canto!!! (sic)

Como a gente não conhecia lá a personalidade de um só patrão, acabávamos concordando quando ouvíamos alguns colegas mandando todos os “chefes” para aquele lugar... De fato, patrão é uma figura que estava em extinção, hoje acho que a coisa ainda é assim.O patrão não nos demitia.

Quem nos demitia só podia ser o encarregado, quando nos encaminhava para o “setor de pessoal”. Por exemplo, quando a empresa já não suportava um funcionário que vinha há algum tempo “ esculhambando” o serviço (sendo agressivo, faltando muito, IMPRODUTIVO – tudo de propósito para ser mesmo demitido e sair indenizado), o encarregado chamava ele a um canto e dizia-lhe enfim a oração esperada:

- Sicrano, compareça lá no setor de pessoal...(sic)

Eu também não sabia mesmo, como os demais colegas, defender os argumentos do patronato. A gente sempre achava que patrão tinha mais era que se danar e pronto! Afinal, num contexto como o nosso, em que vigorava a máxima do “muito trabalho pra pouco salário” só nos restava encher de injúrias a quem nos explorava massificadamente. Era o que eu pensava naquele tempo.

Ademais, um dia estive pensando, depois de um aula de filosofia: por que se premiava o tal do “operário padrão”? Quais seriam as “qualidades” ostentadas por esse felizardo do ano, no fundo talvez mais um “Pedro Pedreiro penseiro esperando...”? Operário padrão seria aquele que melhor desempenhava o seu exercício diário de alienação passiva? Seria aquele que melhor se conformava à situação, por mais adversa que esteja no país, já que tem bocas para dar de comer?

Será que Lula foi na sua época um operário padrão? Muito improvável... Ou será que, vendo por outro âgulo, Lula não teria sido o verdadeiro operário padrão de que o Brasil precisava?

Parafraseando Brecht, são perguntas de um operário que lê. Pelo menos um consolo eu tive nisso tudo: consegui ser demitido antes de a empresa falir. Isso quer dizer que recebi meus “tempos”!!!

* Este que eu classifiquei livremente de crônica foi um texto escrito por volta do ano de 2003.
Graças à colega Isis Moraes, foi publicado no suplemento cultural do jornal Tribuna Feirense, mas não encontrei registro da data correta. Quando encontrar, atualizarei.