De onde menos se espera, aí é que sai. Justamente um ditado tão usado pela classe evangélica (para se referir a pessoas que venceram, apesar das adversidades) é que vai nos servir para preencher a primeira postagem de uma série que o Mais Blogueiro está chamando de "A presença de Deus na MPB" ou sua variante "A presença de Jesus na MPB".
Leia o segundo artigo sobre Raul Seixas aqui.
O cantor Marcos Almeida vem realizando um belo trabalho em seu blog "Nossa Brasilidade" também nessa linha de pensamento, chamado "Espiritualidade na MPB", com artigos esporádicos em que explora, entre outras nuances, esse lado da música. Então, vale muito a pena contribuir com a causa, que pode nos levar à conscientização de que não se deve separar tanto "música sacra/gospel/evangélica" de "música secular". O que existe, na verdade, é "Música" e ponto final. Letra é uma questão à parte, que, se quiserem, pode ser discutida. Mas Música, acredito que não.
Quando se trata de música popular brasileira, especialmente as que envolvem letras, eu prefiro dar mais atenção àquelas que não estão ou estiveram na mídia. Das famosas de Raul, para os propósitos desta série, poucas seriam aproveitadas. Mas basta visitarmos um pedaço da produção musical do "maluco beleza" (se estivesse vivo, teria hoje 71 anos) que notamos em diversos momentos a presença da temática divina.
O exemplo que se segue, em letra, áudio e vídeo, é da canção "Ê meu pai".**
Ê, meu pai
Olha teu filho meu pai
Ê, meu pai, olha teu filho meu pai refrão
Ê, meu pai, ajuda o filho meu pai
Quando eu cair no chão segura a minha mão
Me ajuda a levantar para lutar
Refrão
Se o medo da loucura nessa estrada escura
Me afastar da luz que me conduz
Refrão
Se eu me sentir sozinho ou sair do caminho
E a dor vier de noite me assustar
** Faz-se necessário deixar claro que isto é uma interpretação livre do autor do blog, uma vez que é impossível detectar com exatidão qual foi a intenção do letrista/compositor ao produzir a peça musical.