Férias chegando, mais tempo para aquela velha reciclagem de si mesmo. Hora de fazer uma reflexão sobre esta ferramenta de comunicação. 2010 foi um ano produtivo, mas não da maneira que precisava ser. 2010 foi um ano não planejado. Foi um ano vivido sem as promessas às vezes irrealizáveis que traçamos para nós mesmos em dezembro.
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Fonte: Amigos de Peniche |
Em dois anos de blog, dá para elencar três lições tiradas, todas sem novidade alguma.
Existem outras, mas ficarão para outro post:
1 – A blogosfera é imensa.
Tudo o que você já fez em um dia, em um mês, em um ano é pouco, tudo o que você irá fazer (inclusive nesse intervalo de tempo que leva planejando) os outros já fizeram, bem mais e melhor que você. Li num blog que são criados mais de 175 mil blogs por dia em todo o mundo e que a média de vida de um blog (útil ou não) é de no máximo 90 dias. Se formos pensar em concorrência na blogosfera, não passaríamos do primeiro post. Os remédios para isso são os conhecidos: planejar, estudar, ler, analisar essa blogosfera toda e correr o risco evidente de, depois de muitas realizações, acontecer de: ou nada vingar de verdade, ou o que der certo não ser aquilo que você havia pensado.
2 – Blogar por passatempo pode ser bom, mas não para mim.
Nada contra quem expressa seu pensamento, esporadicamente ou não, em um blog. Só não é definitivamente o que penso, tanto para este blog quanto para outros que possa vir a ter. Pode ser gratificante em muitos sentidos, mas não é essa sensação de descomprometimento que tem me impulsionado nesses dois anos.
3 - As questões prementes – monetizar ou não? ganhar dinheiro com blog é possível? aderir ou não ao “mercado”? – têm respostas claras: sim, sim e sim. Só isso?
Não. Você só vai ganhar dinheiro na blogosfera se tiver audiência. Fora disso, você entra numa categoria bastante povoada: a dos que estão amadurecendo suas estratégias para atingir o “mercado”. “Amadurecer” aqui significa mesmo muito tempo, paciência e um enorme senso de persistência (diria eu também insistência).
Finalizando, há um lado bonzinho: nessa multidão chamada blogosfera você não corre nunca o risco de se achar sozinho. Aliás, isso é típico da internet. Mas tem mercado para todos? Minha resposta é não, mas também vai depender da sua posição na pirâmide “social” da internet (que vai de leitor a produtor de alguma coisa).
Por sinal, o “mercado” no contexto da blogosfera é também uma abstração interessante: ele não tolera o blogueiro que é um pontinho no meio do oceano. Ele é uma selva que não tolera aquele que se aventura de uma só vez por vários de seus nichos, sem ser satisfatório em quase nenhum deles. Ele também produz os gurus mais rentáveis do momento: aqueles que ensinam os outros a ganhar dinheiro com blogs. Essa espécie de metalinguagem bloguística é a que mais tem atraído os que têm se convencido de que vale a pena levar um blog a sério. Lembra muito o “mercado” dos concurseiros e seus respectivos gurus. Lembra muito a vida como ela é.
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