quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A Pedra Angular continua na Catedral

Resenha sobre o novo CD da banda Catedral, "Pedra Angular"

 
Imagem: Line Records Shopping
Ouvia a banda Catedral mesmo antes de me converter. Lógico, influências todo mundo tem e os jovens, ainda mais. Ouvi também muito Legião Urbana e, mais adiante, Los Hermanos, sem falar em todo o resto da MPB. Mas o fato é que essas três bandas (Catedral, Legião e LH) acabaram se tornando uma espécie de referencial nacional do pop rock para gente que tinha interesse no estilo. Por razões óbvias (...) deixei de acompanhar tanto Legião, quanto os Hermanos e os MPbistas, e permaneci acompanhando a Catedral - principalmente os primeiros trabalhos, mais ligados ao “nicho” a que pertenço, claro que sem estacionar no tempo. De lá para cá, vieram “Para todo mundo”, “15º Andar”, “Atemporal”, “A Resposta de 1 desejo” entre outros mais... Continuei acompanhando toda essa espécie de linha evolutiva ou “metamorfose” como preferiram dizer alguns. De toda a evolução, uma certeza: a linha de pensamento expressa pela banda é a mesma, do primeiro trabalho ao último, o que se alterou foram as “formas do dizer”, como dizem os teóricos da literatura secular. Muita gente interpretou a guinada de maneira errada e já conhecemos todo o blábláblá da crítica, que acabou não chegando em lugar algum, porque venceu a coerência, as raízes e o fato deles permanecerem “onde o amor reinar”.
Fui "apresentado" à banda Catedral ainda no Ensino Médio, e não foi através de algum album especfico: tive dois colegas que entoavam as baladas da banda ao violão nos intervalos das aulas. Foi dessa maneira  que ouvi pela primeira vez  “O silêncio” e  “Quando o verão chegar”. A primeira audição original da banda se deu quando comprei nos anos 90 um cassete de “A Revolução”, um dos seus melhores álbuns. De lá para cá, venho acompanhando (já vieram aqui em Feira, mas ainda não fui aos shows).
Engana-se quem imagine que parti para Catedral por ser uma opção meio que de linha "cristã" para o gosto musical de gente crente que gosta de pop/rock (gênero em que estamos muito bem representados, vide Novo Som, PG, Kleber Lucas, André Valadão, etc, etc...). Muito pelo contrário: a banda sempre foi bem vinda em todos os meios, digamos, sócio-culturais. Catedral alcançou, desde o começo, pessoas não necessariamente “evangélicas”. Dito de outra forma: a banda possui um traço de universalidade que serve bem para demonstrar que pessoas diferentes sabem apreciar mensagens que as tornem seres humanos melhores.
Esse meu gosto se acentuou depois da morte do Renato Russo. Mas a verdade é que nunca fui com a cara  e os hábitos do Russo, além do que nunca tive interesse em seguir “artistas” pura e simplesmente, por mais beletristas que fossem.
Para encerrar o post com a prometida resenha de “Pedra Angular”, lançado recentemente, posso afirmar que o CD comprova que a banda continua a mesma, em sua essência. Continuam arraigadas na banda as mesmas bandeiras que sempre defenderam: o amor (tanto o relativo quanto o eterno), a esperança (“Tudo pode mudar”), o combate ao mal e às injustiças, em todas as suas formas, a menção a Deus - o Pai e o Filho (“Quem me dera”), etc.
Neste CD, destaco “Blecaute”, onde o vocalista, à sua maneira, repudia tudo aquilo que pessoas preconceituosas têm pensado sobre a banda. Por outro lado, entraram algumas regravações primorosas, nas quais destaco o “Pai nosso”, oração – modelo que na voz de Kim faz cair por terra tudo aquilo que possa por essa coerência de que falei antes em xeque. Críticas quando à mudança de perspectiva cristã não são bem vindas à banda Catedral. Este blog não compactua com elas.
Parafraseando as palavras do próprio Kim, numa de suas entrevistas, “precisamos passar a ser mais cristãos e menos evangélicos”. “Pedra Angular” dá esse recado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade para comentar