sexta-feira, 18 de junho de 2010

Banditismo digital

Houve uma história, outro dia, de um pai de família que descobriu (por certo, pela boca dos outros) que sua filha havia participado de um filme pornô. As imagens distorcidas, como se gravadas a partir de um celular, apareceram em um site de pornografias local e, pelo que se sabe, o ato sexual foi realizado com mais de um parceiro. De antemão, esclareço que não assisti ao vídeo, mas a comunidade toda viu, principalmente a comunidade escolar da jovem, que é de menor idade - e a família da mesma! A vergonha que ela sentiu com certeza não foi maior do que a que os pais dela estão sentindo neste momento. Uma jovem que até bem pouco tempo participava de coreografias na igreja local, embora eu reconheça que participar de trabalhos em qualquer igreja local não assegura nada de ninguém, cada um responde pelos seus atos, sejam bons ou ruins.
Ela parou de ir à escola, pior ainda, mudará de escola, mas não resolverá, se não houver uma mudança de face. Cirurgia não resolve nesse caso, ir para outra cidade talvez amenize. Mas arrependimento sincero e vergonha construtiva costumam funcionar. Fico pensando sobre até que ponto esses rapazes, provavelmente maiores de idade, sabiam o que estavam fazendo. Será que eles tiveram o consentimento dela para publicar as cenas? Será que eles "produziram" essa inescrupulosidade porque queriam mesmo "tirar alguma onda" com a jovem? Será que eles ganharam algum dinheiro para isso? Não avaliaram em nenhum momento o quanto iriam afetar gravemente toda a família? Não sei responder a nenhuma dessas conjecturas...

O fato é que eis aí um exemplo de fato que produz, de certo modo, vítimas da internet: as pessoas que não têm nada a ver com essas histórias, que sequer costumam acessar páginas dessa estirpe, muito menos se interessam por fama instantânea, ainda que essa seja negativa, como nesse caso. Pessoas idôneas que por um deslize desses são constrangidas a tomar atitudes mais severas para atenuar a situação.

Infelizmente, a internet tem dessas coisas. Tem gente que se aproveita da desgraça alheia para tirar algum proveito, ainda que não seja ligado ao dinheiro, que não sei se foi o mérito desse caso em particular,  mas buscam a popularidade, a superioridade de 15 minutos (ou 15 segundos), enfim a desgraça de ostentar uma fama bizarra. Por muito menos se poderia qualificar isso de banditismo digital. São as outras espécies de vírus: aquelas que não afetam o seu sistema operacional, mas a sua moral, algo bem mais relevante. Para eles, foi apenas a exposição de imagens de uma jovem por alguns minutos praticando o que eles chamam de "suruba", mas para a família, e para a sociedade que preza por valores humanitários, foi bem mais grave, deixa sequelas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fique à vontade para comentar