domingo, 11 de julho de 2010

Twittando aos poucos, parte II

Twitter é um leitor de RSS resumido. Twitter é um Google Reader informal ao máximo. Twitter é mais um espalhador de bobagens em rede. Quem tem paciência para aderir a essas campanhas de "cala a boca" do Twitter? Tudo pode ser dito sobre o Twitter acerca de suas qualidades e defeitos em matéria de redes sociais do nosso tempo, mas é fato que a ferramenta de microblog veio para ficar, pelo menos enquanto esse formato não for ultrapassado por outro, algo que espero que aconteça não para que esqueçamos dele, mas para que ele seja mais e mais aperfeiçoado. Por exemplo, por que os programadores ainda não inseriram um widget dentro do microblog com o tão utilizado encurtador de URL's??? Não sei porque isso está demorando tanto para acontecer. Os tuiteiros de plantão muito iriam agradecer.
Mas este artigo é mais direto: estou dando continuidade à série que principiei aqui no InfoWebMais meses atrás. Desde o primeiro post até hoje, lógico, meu uso da ferramenta aumentou consideravelmente. Mas isso não significou crescimento da minha quantidade de followings e de followers, ficou quase na mesma. Deixei de seguir a alguns, passei a seguir a outros, não tracei um critério rígido para isso, mas estou primando por escolhas mais ou menos "ideológicas", se é que se pode dizer assim, algo em nada diferente do que faz o resto do mundo, sejam os políticos, sejam os adolescentes.

Com a copa da África, descobri uma coisa que detestarei: usar o microblog para espalhar campanhas esquisitas, como as do "Cala a boca, Galvão" e a do "Cala a boca, Tadeu Schmidt". Isso imbeciliza por demais a coisa! Preferirei ser convencional (não estou infeliz com essa opção): vou ficar seguindo algumas personalidades brasileiras, alguns sites noticiosos (como o Acorda Cidade, daqui de Feira) e alguns dos amigos ou conhecidos mais achegados.
O Twitter não alterou a minha rotina em nada, quase não o utilizo para responder mensagens, nem para falar de fatos pessoais, algumas vezes retuíto um post interessante, sigo boa parte dos links dos meus seguidos e, claro, vendo o meu peixe, encurtando a URL do meu último post neste Blog.

Quanto às outras ferramentas socias? O Facebook, O Google Reader, o Formspring, o LinkedIn, etc, etc??? Continuam lá, acessados com a mesma pouca assiduidade de sempre, mas continuam lá, vez por outra sendo atualizados, vez por outra sendo visitados com certo interesse. Sim, vez por outra, não quero precisar estar conectado 24 horas por dia, mas isso é opção própria.

Existem boas maneiras de viver a vida tanto dentro quanto fora da internet.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Os conectados anônimos (CA)

           Não estou muito familiarizado com esse ramo da Psicologia em Informática, nem quero estar por ora, mas é alarmante o aumento do número de dependentes eletrônicos.  Celulares, games e computadores conectados à Rede mundial estão prejudicando o desenvolvimento educacional de crianças em fase escolar. Não os aparelhos em si, óbvio, mas o uso desgovernado desses, provando-nos mais uma vez que o que torna uma tecnologia maligna não é a sua existência/criação em si, mas a nossa relação com ela. Estima-se que até 10% da população  incluída digitalmente  (entre os 12 aos 18 anos) esteja hoje dependente de tecnologia. Isto quer dizer que tais pessoas não conseguem se abster do uso do celular, não se privam de checar a caixa entrada de e-mails, o microblog, o Orkut , etc, em intervalos de tempo cada vez menores. Trocando em miúdos, quem não tem perto de sua casa, ou dentro de sua família, aquele grupo de infanto-juvenis que tão logo acabem de chegar de uma festinha qualquer onde tem sempre alguém que leva uma câmera digital para fotografar e filmar o que puder ser clicado, e no dia seguinte, não corre ávido para o computador  afim de postar tudo no Orkut e nas outras redes sociais??? Por trás do maciço interesse de se mostrar e principalmente o de ser visto, existe a compulsão por tecnologia, em estágio brando, mas que não deixa de ser dependência eletrônica. Ah, claro, sem esquecer do Msn, para fazer o marketing viral da última postagem de fotos...
Tudo isso me leva a crer que nós, pais, precisamos levar nossos filhos para belos passeios educativos: o primeiro deles, para o "parque onde não tem wi-fi", depois para o "circo que não pode ser postado" e depois passar por aquele "diálogo que não pode ser blogado" , ou pelas "agruras de uma vida real não tuitada" e, por fim, passar um belo "dia sem tecnologia alguma", como em um daqueles piqueniques na beira do rio da nossa memória de antigamente. Tudo isso me leva a crer que nós, sociedade (pessoas de carne e osso em meio a um amontoado de instituições e de valores),  devemos tratar  tecnologia (da informação e comunicação) como um acessório adicional dentro da nossa grande teia de relações interpessoais, e somente isso, para que as nossas relações "interpessoais" virtuais não passem mesmo de ser o que elas são, virtuais, algo como uma espécie de cabide ou suporte, às vezes bastante descartável, dos verdadeiros relacionamentos entre pessoas que se conheçam de alguma forma.
Já temos bastantes agrupamentos anônimos de recuperação de viciados, não precisamos de mais este. Conectados sim, mas não isso pode ser a regra.